segunda-feira, 19 de julho de 2021

O brusco despertar de um povo

Envoltos em um sono profundo 
Dormia uma nação inteira 
E nem mesmo via o caos instalado nas ruas 
E o desespero nas grandes cidades 
O pânico de vidas desoladas 
A carestia e o preço dos alimentos subindo 
O combustível 
O fogo debaixo das cinzas 
E o sangue fora das veias abertas 
Na sociedade perdida em seus pesadelos 
Boletos e impostos sem fim 
Sugando até a última gota de suor 
De um povo que ainda dorme o sono da indiferença. 
 
Cala essa boca! 
Gritavam nas calçadas 
Os velhos insatisfeitos com os jovens 
Escondidos nos matagais e muros caídos 
Ninguém notava a angústia dos trabalhadores 
Varrendo o lixo das vielas 
Nas favelas 
Tiros na madrugada fria 
E os sem tetos cobertos de folhas de jornal 
Parece um mal 
Na sociedade capitalista selvagem. 
 
O brusco despertar de um povo 
É tão aguardado como o sol no inverno 
Para ver se vai para o inferno 
Todos os sanguessugas do mundo hodierno. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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