Nas suas manhãs reflexivas
Gostava de expor suas perguntas
O turbilhão de pensamentos
A percorrer sua mente o dia todo
O que acontece no mundo a sua volta
E porque as pessoas agem da forma que agem?
Como saber o dia da sua partida
Se não lembra o dia da sua chegada?
O que acontece a nossa volta
É uma guerra ou uma loucura?
Se não pode sair de casa
E não pode ficar em casa seria isso
A melhor forma de liberdade?
Sou eu um paladino da justiça
Ou a força bruta que corrompe a verdade?
Sou eu que procuro o segredo da vida
Nos versos da poesia
Ou apenas o protetor da ilusão
Que escancara a pífia existência humana?
O moribundo sabe que é miserável
Ou o aristocrata sabe que é mais miserável ainda?
Nas catacumbas da ignorância
Desfila os arrogantes inconscientes
Ou sabem eles que são mesmos imbecis?
Será que vivemos em um mundo livre
Ou estamos todos nós
Vivendo em uma prisão absoluta?
Se seus olhos não podem ser abertos
Porque, então, tenta abri-los?
E assim segue as perguntas todas as manhãs
Como se o dia fosse dar alguma resposta
O pensador ouve uma canção
E sabe que é apenas mais um arauto
De espírito eloquente
Tentando resolver os enigmas do universo
Quando não sabe nem porque a chuva cai.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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