sábado, 15 de janeiro de 2022

Sob o olhar da coruja

A noite é de um rigoroso inverno 
Tão fria como o profundo inferno 
A neve fresca é cintilante 
Um contraste com as misteriosas sombras 
De árvores que parecem imóveis 
Como se fossem vigias do além. 
Um caçador adentra a floresta 
Tem esperança de encontrar alimentos 
Sem saber que corre grande perigo 
Ao longe se pode ouvir um fundo musical 
Que alguém tristemente toca 
Em algum órgão de uma igrejinha 
Seria o prenúncio de uma melodia final? 
Um prelúdio de morte? 
Um filhote de raposa persegue uma lebre 
Crava seus dentes afiados 
O viscoso sangue da vítima 
Escorre pela branca neve 
Enquanto os olhos saltam para fora 
E neles se pode ver o reflexo da lua. 
Uma coruja observa silenciosamente 
O caçador desaparece na floresta 
E a coruja rouba a carroça do animal. 
Na noite fria de inverno 
O prelúdio silencioso da morte 
Sob o olhar da coruja. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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