Será que isso não passa de mais uma de suas mentiras
Arquitetadas no confuso pensamento de sua mente
Parafusos soltos que provocam amnésias
Desconfortos lúcidos de tempo imemoriais
Desejos reptilianos
Até insanos
De uma eternidade inexplicável aos olhos humanos.
No seu grito retumbante pede silêncio
Paradoxos de gargalhadas na noite fria do tempo
Como se tudo não passasse de mera ilusão barata
E tudo que sabe fazer é chorar
Quando deveria acordar
Para a realidade a sua volta e tentar desvendar
Se tudo isso é real, surreal ou hiper-real.
Nada importa mais do que o silêncio constrangedor
De quem nada mais tem a perder
Só mesmo os olhos perdidos lá fora a vislumbrar
Como se o arco-íris aparecesse sempre depois da chuva
E sabe que isso não é tão comum assim
Como os olhos perdidos
Por tanto tempo esquecidos
Na gaveta do armário no fundo do quarto escuro.
E agora só o silêncio mesmo para revelar
O que as palavras não conseguem dizer
Porque o tempo parece ter sucumbido a muito tempo
E esse paradoxo vive a perseguir
E tudo mais parece iludir
O sonho que voa levemente nas nuvens do pensamento.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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