sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Os olhos perdidos lá fora

Será que isso não passa de mais uma de suas mentiras 
Arquitetadas no confuso pensamento de sua mente 
Parafusos soltos que provocam amnésias 
Desconfortos lúcidos de tempo imemoriais 
Desejos reptilianos 
Até insanos 
De uma eternidade inexplicável aos olhos humanos. 
 
No seu grito retumbante pede silêncio 
Paradoxos de gargalhadas na noite fria do tempo 
Como se tudo não passasse de mera ilusão barata 
E tudo que sabe fazer é chorar 
Quando deveria acordar 
Para a realidade a sua volta e tentar desvendar 
Se tudo isso é real, surreal ou hiper-real. 
 
Nada importa mais do que o silêncio constrangedor 
De quem nada mais tem a perder 
Só mesmo os olhos perdidos lá fora a vislumbrar 
Como se o arco-íris aparecesse sempre depois da chuva 
E sabe que isso não é tão comum assim 
Como os olhos perdidos 
Por tanto tempo esquecidos 
Na gaveta do armário no fundo do quarto escuro. 
 
E agora só o silêncio mesmo para revelar 
O que as palavras não conseguem dizer 
Porque o tempo parece ter sucumbido a muito tempo 
E esse paradoxo vive a perseguir 
E tudo mais parece iludir 
O sonho que voa levemente nas nuvens do pensamento. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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