quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Fúria de titãs

Noites intermináveis perturbam a mente 
Corpos a rolar pelo escuro 
Tateando o ar como se buscassem a salvação 
Pesadelos e tormentas de vidas 
Que lutam contra o destino tão injusto. 

No Olimpo os deuses brincam e dão gargalhadas 
Enquanto se esbaldam nas taças de vinhos 
Desprezam a dor alheia 
E não se importam com a batalha interna 
Dos que sofrem as suas mazelas. 

São figuras estampadas no olhar cansado 
De vítimas produzidas pelo desprezo 
Não se dão ao luxo de pensarem 
Que poderão enfrentar a fúria dos titãs 
Porque um dia eles se revoltarão. 

A tormenta segue o seu fluxo nas noites de solidão 
Onde desejam esquecer o que não pode ser esquecido 
E a busca pelo refúgio se perde na incerteza 
Nas águas turvas e violentas do mar da existência 
Onde tudo parece ser mais aterrorizante. 

Na busca pela liberdade eles tem que prosseguir 
Precisam ignorar as ameaças dos deuses 
E tentar encontrar em algum lugar a tão sonhada paz 
Que traz alento ao coração angustiado 
E precisam acreditar que isso é possível. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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