terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

O Homem é um animal

Se conhecêssemos a nossa natureza humana 
Saberíamos o qual incapazes somos. 
Míseros humanos que carregam a soberba na frente do nariz. 
Quanto mais estudamos descobrimos a nossa ignorância 
Mas, não damos valor a isso, 
Ou pelo menos, não aprendemos com isso. 
Você pensa que tem o controle e, descobre, de forma trágica, 
Que não é possível ter o controle de coisas que você não conhece. 
Deveríamos ser mais humildes 
Para reconhecer a nossa incompetência, 
Mas não somos. 
A soberba da vida corrompe o nosso âmago 
E acreditamos que regemos o mundo. 
Sem saber que a maldade ronda o nosso cotidiano. 
E a dor da decepção por saber qual limitado você é deixa-nos confuso. 
Quero sair dessa prisão. 
Ser livre e voar os espaços da plenitude celestial. 
O homem é um animal miserável 
Que necessita urgentemente da misericórdia divina. 
A alma é dilacerada com a descoberta da sua insignificância. 
Pensamos na carreira prospera 
E nos deparamos com as valas da decepção. 
Choramos a ausência de quem nunca esteve presente 
E, mesmo assim, sonhamos 
Com a sua volta que nunca vai acontecer. 
Os sonhos são castelos de areias 
Que desfazem-se com as ondas do mar. 
Restam os desejos que sobrepujam nossa alma sedenta de realizações. 
Olhamos as vitrines e expomos as paixões que nos cegam. 
Seria tão bom poder apenas ver o pôr do sol 
E contentarmo-nos com sua beleza. 
No entanto, não é isso que nos satisfazem. 
O coração tem anseios de coisas que não nos farão bem. 
As tristezas sufocam a alegria quando deveria ser o contrário. 
O dia da morte é melhor que o dia do nascimento. 
E viva o controle absoluto dos instintos animalesco. 
O lobo uiva nas paragens mais escuras da noite 
Seu grito ecoa no silêncio sepulcral de nossa existência falida. 
O filho pródigo recorre as bolotas que o porcos comem 
Para acalmar o seu estômago vazio. 
Mas, a alma continua com fome. 
O animal deita na relva. 
Esta cansado da fadiga. 
Passou o dia correndo atrás da presa e não acalmou a sua fúria. 
Somos o caos da criação. 
E a solução é a misericórdia que está sendo oferecida. 
Desçamos do pedestal onde nos colocamos 
Deixemos o trono da soberba e vivamos uma vida de humildade. 
Quem sabe assim seremos resgatados. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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