quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Soterrados

Lá estão estendidos pelo chão 
Misturados a lama 
Os que puderam ser encontrados 
Foram levados pelo desmoronamento 
Quando dormiam 
A chuva desce pelos morros 
De quem é a culpa por morar nos barrancos? 

Soterrados todas as vezes Início de ano 
Época de chuvas 
Entra ano e sai ano e as notícias são as mesmas 
Nada muda em um mundo caótico como o nosso 
E o pobre sem ter onde morar 
Faz o seu barraco no barranco 
Uma tragédia anunciada. 

Não tem políticas públicas 
Para amenizar a dor de quem não tem outro lugar 
Agora a dor dos que perderam o pouco que tinham 
E a tristeza pelos que se foram na tragédia. 

Até quando isso terá que ser assim? 
Em meio a lama Jaz a vida e a morte 
Tristeza e dor para os que ficam 
Sem ter esperança de poder sair do morro. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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