sábado, 18 de junho de 2022

O caminhar da humanidade

Palavras que se perdem na escuridão 
Sonhos desfeitos no amanhecer 
E a vida passa de forma rotineira 
Para os que ainda não sabem viver 
Que não percebem o que pode desejar 
Além do que está nos pensamentos. 
 
Tudo que falo agora não é novo 
Alguém já pode ter pensado nisso 
Quem sabe em seus sonhos mais loucos 
De que o mundo poderia ser diferente 
Talvez os índios e negros 
E quem sabe os brancos incapazes 
De perceber a realidade. 
 
A maldição que um dia foi imposta 
Nas falácias de oligarcas barrigudos 
Em meio as fumaças de seus charutos 
E tilintar dos copos de uísques 
Como se o mundo pertencesse a uma minoria 
Que detém todo monopólio humano. 
 
Palavras apenas não bastam 
Para expulsar o casal do paraíso 
Onde a felicidade foi inventada 
Nos olhares de quem espreitava na escuridão 
Tentando se esconder da fúria 
Dos monstros desfigurados pelo tempo. 
 
 Andando pelas ruas desertas 
Se percebe a incompreensão humana 
Com os que precisam todas as manhãs 
Do leite para as crianças 
E não sabem onde encontrar 
Porque as vacas estão sempre magras demais. 
 
O caminhar da humanidade 
Tão acelerado como as partículas de luz 
No vasto universo da imaginação 
É um pedido de socorro tão explícito 
Que chega a ser ignorado 
Porque ninguém deseja ser interrompido 
Na sua caminhada em direção ao abismo. 
 
Pode pensar o que você quiser 
És livre para isso se assim pensa 
Mas não se esqueça de apagar as luzes 
Para não impedir os pensamentos de voarem 
Quando a escuridão revelar 
Que não há muito o que se fazer agora.
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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