sexta-feira, 31 de maio de 2024

Ecos distantes em nossa cabeça

Algumas vezes acontece 
De sermos esquecidos pelo caminho 
Quando os germes pronunciam linguagens 
Temos que percorrer a nossa odisseia corriqueira 
Sabendo que as palavras fervilhantes 
Tomam forma quando não as estamos vigiando. 

Nunca há frescor nas estações 
Toda existência é bem sufocante 
E quase sempre perdemos o esconderijo da infância 
Não importa a nossa maturidade 
Sempre haverá atrasos em nossos olhos 
Porque a tristeza se esconde debaixo de nosso nariz. 

Talvez no próximo ano nós conseguimos 
Cumprir as resoluções de ano novo, ou nunca 
Talvez nas próximas férias vejamos o por do sol 
E nos livramos do perigo que sempre está com os adultos 
Não importa os ecos distantes em nossa cabeça 
Alguém que você não pode ver pode estar falando. 

Nada nunca é o que parece ser 
Você está sendo vigiado e nem percebe isso 
Quando virar a próxima esquina e chegar na próxima casa 
O olho do Grande Irmão está te acompanhando 
Sorrateiramente vigia os seus passos trôpegos 
E você não passa de mais um pontinho na tela de vigilância. 

Você não me parece estranho 
Apesar de não saber a sua procedência sintética 
Nunca hei de virar as costas para um desconhecido 
Não senhor, nunca colocarei "senhor" no final 
O mundo é um lugar estranho de se viver com alguma certeza 
Porque o destino de cada um pertence a cada um. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 30 de maio de 2024

Só não sei como te dizer

Você levanta o olhar de leve 
Tem um singelo sorriso no rosto 
Eu permaneço em silêncio 
Apenas consigo olhar 
Desejando ter as palavras certas 
As muitas que encenei diante do espelho 
Mas que não consigo dizer 
Porque sou silenciado pelo seu olhar 
Você parece saber 
O que se passa no meu coração 
A angústia da minha alma 
Em não saber expressar esse sentimento 
Esse desejo que abala a minha estrutura 
Todas as vezes que vejo sua imagem 
Sua presença tão marcante diante de mim 
Leva-me ao mundo dos sonhos 
Onde estamos juntos para sempre 
Passeando pelos infinitos jardins 
Cercados por borboletas 
Vivendo a mais linda história de amor 
E por isso não quero acordar 
E nem que você vá embora 
Porque o amor está no meu coração 
Só não sei como te dizer. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 29 de maio de 2024

Ignorância


Cegueira de alma, 
verdades esquecidas. 
Mente fechada, 
luz não vista. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 28 de maio de 2024

Nunca tenho as palavras certas

Queria muito ter as palavras certas 
Que pudesse despertar o seu coração 
Que a fizesse acreditar no meu sentimento 
No amor que tento deixar transparecer 
Quando olho para você. 

O meu sentimento é singelo e verdadeiro 
Difícil expressar o que a alma sente 
Quando vejo o seu sorriso meigo 
Seu sorriso sempre tão espontâneo 
Fala de um coração cheio de paixão. 

Eu nunca tenho as palavras certas 
Elas se embaralham quando deveriam sair 
E eu não consigo dizer o que desejava 
Quando você sorri das minhas trapalhadas 
Vejo o quanto tens uma beleza única. 

Você é a estrela que brilha no meu céu 
A fonte de toda minha inspiração 
É quem canta a mais bela melodia de amor 
E encanta os olhos meus com essa frequência 
Que deixa o meu coração pronto para você. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 27 de maio de 2024

Vejo que está feliz

Pareceu-me que seus olhos brilhavam 
E esse brilho era mais intenso 
Mais vívido do que antes 
E você sorria 
Como há muito tempo não fazia 
O sorriso lindo que um dia sorriu 
E me conquistou. 

Vejo que está feliz 
Que o amor toma conta do seu ser 
E eu estou a sofrer 
Porque deixei que partisse 
E não soube te amar 
Como você tanto precisava. 

De longe a observo 
A vejo sorrir com a felicidade 
Vejo a voar como as borboletas 
No jardim da eternidade 
Com o amor que tanto desejava 
E que não tinha para lhe entregar. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 25 de maio de 2024

Porcos no poder

O passado que devora todas as lembranças 
Que consome a esperança de futuro 
Onde os pés são arrastados pelas areias 
Levados ao buraco negro da escuridão eterna 
Não nos serve de guia para as novas ilusões 
Apenas de guia do caos para o desespero. 

Não se pode saciar a fome poética 
Apenas com os cérebros intactos da juventude 
Quando procuramos meios de subversão 
Precisamos contar com as desilusões dos anciões 
Dos que viveram além dos mil dias de solidão 
Porque são os únicos que sabem a sensação. 

Como viver nesse sistema tão instável 
Onde quem não é ninguém pode tornar-se alguém 
Que irá pisar nas cabeças pensantes com violência 
E o que se ouvirá depois são os gritos de horror 
Que ecoa dos pensamentos de resignação 
Porque o mundo vai estar de cabeça para baixo. 

Não é nada fácil falar de justiça 
Em um mundo onde reina a impunidade explícita 
A falta de verdade e as inúmeras formas de violência 
Que corrói a base sólida da sociedade 
E não se dá ouvidos as vozes que clamam por liberdade 
Porque os porcos no poder não permitem. 

Faltam quatro horas para o fim do mundo 
Em algum canto obscuro do universo 
Onde as principais ideias de restauração foram corroídas 
E totalmente despedaçadas por seres inescrupulosos 
Sem nenhum pudor da inutilidade mortal da vida 
Onde algumas vezes somos esquecidos pelo caminho. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 24 de maio de 2024

Circo de horrores

Os riscos invisíveis não podem ser possíveis 
Sem uma razoável dose de caos interior 
A mente inquieta do pensador pode extrapolar 
Mas não pode deixar de pensar além da imaginação 
Deve navegar os mares desconhecidos do tempo 
Em direção aos segredos do universo. 

Os desenhos nas paredes brancas 
Pode simbolizar o perecer fecundo do tempo 
Pode querer dizer alguma coisa importante 
Além das que estão formuladas em nossa mente 
Porque não sabemos muito sobre o universo 
E nem mesmo sobre o que se passa em nossa mente. 

O aroma perfumado da ilusão pode enganar 
Os sentimentos equivocados dos sonhadores 
Quando não se pode diferenciar de olhos abertos 
O sagrado e o profano que andam de mãos dadas 
Nas apresentações medíocres de pessoas manipuladas 
Enganadas em suas falsas esperanças de salvação. 

Línguas ásperas ejetam palavras obscenas 
E o pecado da carne é santo se comparado a embriaguez 
Dos que se colocam como deuses nos pedestais 
E provocam o caos nas mentes indefesas de quem não lê 
O que predomina nesses lugares lúgubres 
São lágrimas de festim transbordando fantasias. 

Um pequeno circo de horrores se forma 
Com artistas maquiados com as máscaras da hipocrisia 
Cheios de euforia como um rio transbordante 
Sem perceberem que o destino é tão certo como a luz do dia 
E a colheita chegará na estação certa 
Onde haverá a separação crucial do trigo e o joio. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 23 de maio de 2024

Trombetas que ecoam no vazio

Trombetas que ecoam no vazio da existência 
Que assustam mais do que alerta 
Nas altas muralhas da ignorância 
Uma geração anda de um lado ao outro 
Sem ter a noção de onde seus pés estão 
Frutos de uma implacável lavagem cerebral. 

Há os que dormem e não podem acordar 
Presos em seus pesadelos intermináveis 
Caminham para um abismo de desinformação 
E acreditam que os deuses traçaram os seus destinos 
Por isso fazem escolhas irracionais 
E rodopiam no vazio eterno da ignorância. 

Não queria falar sobre isso outra vez 
Mas tudo não passa de um verdadeiro retrato 
Retrato gasto pelo tempo que reflete reflexos 
De situações inusitadas na longa jornada da vida 
Momentos que gostaríamos de esquecer 
Mas que não conseguimos tirar de nossa memória. 

Olhe para os principais monumentos erguidos 
Veja o Cristo Redentor, o Colosso de Rhodes 
Vislumbre o Coliseu romano, a Estátua da Liberdade 
E observe se consegue desvendar os enigmas 
Se tem capacidade para enxergar o que eles carregam 
Os segredos ocultos da grande maioria da humanidade. 

Em algum lugar do planeta existe uma saída 
Ou apenas um lugar vazio de esperança para os mortais? 
Um mar vazio e seco contrasta com um lago de sangue 
E você não consegue olhar para o futuro 
Porque nem mesmo sabe o seu passado e vive fora da realidade 
Com a incerteza de uma vida presente. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 22 de maio de 2024

Lançamento Oficial do Livro "Pequenas Histórias, Grandes Lições"

    Cáceres é uma cidade bicentenária e cheia de lindas histórias, lendas fantásticas e uma rica tradição cultural. O autor, cacerense que é, ouviu e viu algumas histórias, causos e prosas sobre essa cidade e reuniu em um livro as "Pequenas Histórias" no intuito de mostrar "Grandes Lições". Este é um livro que tem como objetivo levar o leitor a uma experiência única e salutar. O desejo é que as histórias possam incomodar, inquietar e "mexer" com o cérebro de quem lê. 

    Essa é a premissa do novo livro de Odair José da Silva, o Poeta Cacerense, "Pequenas Histórias, Grandes Lições". O livro foi lançado de forma oficial neste dia 21 de maio de 2024 no Sarau do Centro Acadêmico de Letras no pátio da UNEMAT, Campus Jane Vanini, em Cáceres. O evento realizado pelo Centro Acadêmico de Letras homenageava o Dia do Profissional de Letras e contou com diversas personalidades ligadas ao Curso que possibilita uma inserção ao mundo da leitura e da escrita. 

    "Pequenas Histórias, Grandes Lições" é um livro provocativo que trás diversas histórias sobre a bicentenária cidade de Cáceres, como o Mistério do Marco do Jauru, A Ponte Branca, A Noiva da Ponte Branca, O Anjo da Ventura e o Casal Apaixonado, A Velha Figueira no Campus Jane Vanini, Ari, o Pantaneiro, O Misterioso Homem na Praça Barão, A Prostituta Rose Morena, História do Antigo Califórnia, A Turma do Zé Jacaré, entre outras histórias fascinantes. 

    O livro pode ser adquirido com o autor, na Livraria Ágape em frente a UNEMAT, na Banca de Revistas na Praça Barão e na plataforma de venda na internet (link abaixo). 

    Link para adquirir o livro pela internet https://clubedeautores.com.br/livro/pequenas-historias-grandes-licoes

















Isso é totalmente estupidez

Como podemos lidar com nossa estranheza onipresente? 
Quantas sacanagens há nas reportagens 
Nas inverdades que são inventadas para controle 
Para manter a dominação da massa 
Que não tem o hábito da leitura 
Que prefere ser conduzida para o matadouro. 

Na maioria das esquinas das nossas cidades 
Há os que tremem em estranhos calafrios 
Quando suas ruas são tomadas pelos baderneiros 
Que quebram o silêncio a hora que bem entendem 
Quantas passagens perdidas ou escondidas 
Das viagens sabotadas pelos abutres sociais. 

Por que tanta idolatria em ídolos carnais? 
Todos sujos como porcos no chiqueiro 
E falam aos quatro ventos suas impurezas 
Conclamando os fiéis para suas fileiras intermináveis 
Como se fossem deuses enviados a Terra 
Para salvar os que não desejam nenhum tipo de salvação. 

Por que imitar um mito se você pode ser a própria lenda? 
Se você pode ser a fonte única da história 
Que muitos negam existir além da imaginação 
Porque não sabem o que passa em sua mente insana 
E o último suspiro precisa dizer alguma coisa 
Para que faça sentido essa existência efêmera. 

Estamos em um mundo totalmente mundano 
Onde impera um preconceito concebido e materializado 
De um mundo decaído pela sua própria incoerência 
Não é da minoria o racismo privilegiado 
Pela burocracia estatal estampada nas faces políticas 
De abutres noturnos que governam a nação. 

Existe um motivo pelo qual eu não quero 
Que me dizem que isso é totalmente estupidez 
Se velhos conhecidos estão mortos pelo caminho 
Por que, então, devo me importar com os estranhos 
Que causam a destruição e o caos existencial 
Dos quais não posso me afastar definitivamente? 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 21 de maio de 2024

Soltos pelas ruas

Alguns fatos patológicos 
Outros psicológicos e perturbadores 
Está na face do herói 
Sempre pequeno e fraco 
Para não dizer a palavra imperfeito. 

Todos tem a sua joia destruída 
A sua capa envelhecida 
Envoltas em coliformes fecais 
 Não passam de embriões desfigurados 
Que tentam a qualquer custo sobreviver. 

Tem um psicopata na prisão 
E outros tantos soltos pelas ruas 
Em algum lugar até se ouve os gemidos 
Mas ninguém deseja parar para ouvir 
Porque não vale a pena se preocupar com isso. 

Ali na esquina há muita escuridão 
Onde acontece o confronto solitário e inadiável 
Onde o sangue preto escorre pelo chão 
E os caminhos da mente são feitos de caos 
Como se nunca fossem acontecer. 

Nas grandes mansões as mamães escondem 
Elas varrem a sujeira infantil 
Para debaixo dos tapetes luxuosos 
Em algum canto se ouvem as gargalhadas 
Que desafiam a solidão e o pesadelo 
Que muitos tem em viver aqui. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 20 de maio de 2024

Espero a ressurreição nos campos humanos

Observo o doce inconformismo 
Nos arredores da bicentenária cidade 
Entre os seus casarões antigos 
Testemunho a agitação noturna 
E a simplicidade do existir nos é complexa. 

Nas antigas ruínas das lembranças 
Percorrem a nostalgia 
Das músicas dos anos 80 
Quando a vida parecia fazer sentido 
Diferentemente da letargia dos dias atuais. 

O que se percebe hoje 
São vidas arruinadas pelo tempo 
Órbitas vazias execrando sangue 
Mentes obstruídas pelo lixo eletrônico 
De uma sociedade presa nas redes. 

Almas aprisionadas em invólucros vazios 
Com resquícios de saudades 
Presas no tempo que se foi 
E nas armadilhas deixadas pelo caminho 
Das quais os pés não conseguiram se livrar. 

Entre o fracasso dos derrotados 
Espero a ressurreição nos campos humanos 
Resta ainda um fio de esperança 
Quando se pode sonhar o sonho perfeito 
E desejar que o amanhã seja mais leve que hoje. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 19 de maio de 2024

O vazio é o parasita

Posso até ver parasitas nas esquinas 
O vazio é o parasita 
O medo assustador das coisas que não viram 
Do assombro das que foram vistas 
E do som ensurdecedor das músicas 
Que não se pode nem falar das letras. 

Quando haverá o desmascaramento da cidade? 
Dessa mesma cidade que dorme displicente 
Que acumula lixos e sujeiras em suas calçadas 
Mas que fala em planejamento 
Principalmente nas propagandas políticas. 

Onde se esconde as alucinações 
E a sabedoria dos homens após o apocalipse? 
Quando tudo se perdeu no tempo 
Onde não restam mais nem poeira e cinza 
Dos casarões atingidos pela incompetência. 

Apenas os animais são seus ouvintes 
Os que caminham silenciosamente pelas ruínas 
E se alimentam das ervas daninhas que ali crescem 
Enquanto os insetos sobrevivem 
E se escondem dos roedores que ali fazem morada. 

Todos aqueles que não se sentam na frente 
Não podem saber o que digo em enigmas 
Não podem entender a minha linguagem 
E o que escrevo aqui é nostalgia 
Um livro que é para todos ou para ninguém. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 18 de maio de 2024

A voz que ninguém quer ouvir

A voz que ninguém quer ouvir 
Ecoa de algum lugar obscuro 
Fala de coisas 
Que nem todos tem a capacidade de entender 
São profecias de um futuro sombrio 
Que ameaça a harmonia da humanidade 
Que pode destruir os sonhos 
E a simplicidade do existir humano. 

No assustador e obscuro esconderijo 
Existe uma imagem que ninguém quer ver 
Fantasmas entocados em fúnebres ocas 
Guardando segredos de milênios 
Que podem acabar com a farra dos hipócritas 
Os que tomam o poder a força 
E exercem o controle absoluto das massas. 

Testemunhe a natureza humana 
Tendo o seu colapso cotidiano 
Sendo expostos a sua própria insanidade 
Numa única conversa com o inatingível 
Que poderá durar por mil anos 
Enquanto você não durará nem um século 
A não ser que seja um poeta ou um vidente. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 14 de maio de 2024

Tão triste e vazio

As palavras já não saem mais 
Tudo é um vazio tremendo 
Uma solidão angustiante 
Um desejo incontido de voar 
Mas é quando percebo que não tenho asas 
Não posso voar assim 
E tudo volta ao caos interior 
A solidão que estraçalha a alma 
No jardim não há flores 
Estão todas mortas com o tempo 
E borboletas não voam mais 
Nem mesmo se ouve os cantos dos pássaros 
E tudo parece tão sombrio 
Que é assustador. 

Por que alguém pode nos fazer sentir assim? 
Por que somos tão dependentes? 
Parece que o mundo não existe mais 
Ou pelo menos não há graça nele 
E o tempo não passa 
Apenas a saudade aumenta a cada minuto 
E a solidão parece nos abraçar 
Com seus braços fortes e sufocantes. 

Nem mesmo consigo expressar minha dor 
Porque as palavras já não saem mais 
E tudo parece mesmo ter chegado ao fim 
Então deixo me descansar nas folhagens 
Enquanto contemplo uma estrela solitária 
Imaginando que é aquela tão desejada 
A única capaz de mudar o meu mundo 
Hoje tão triste e vazio. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Talvez seja a última vez

Quero um sorriso seu 
Para que possas sempre dele me lembrar 
Devo lembrar-me do amor 
Que vi em seus olhos naquela manhã 
Tão linda de primavera. 
Você sorriu 
E seu sorriso tão lindo tocou minha alma 
E me fez apaixonar 
Pelos seus olhos sedutores. 
Mas, o tempo passou 
E você se afastou de mim 
E o amor já não existe 
No seu coração. 
Talvez seja a última vez 
Que venho contemplar os seus olhos 
Por isso quero ver o seu sorriso 
Para que seja a minha lembrança. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 12 de maio de 2024

Sob o luar

No silêncio da noite, nos encontramos, 
Sob o brilho das estrelas, um amor surgiu. 
Teu olhar, como o infinito dos céus, 
Me fez desejar estar nos braços teus. 

Sob o luar, eu te encontrei, 
No brilho suave, nosso amor se fez, 
Os nossos sonhos, uma dança feliz, 
Sob o luar, para sempre a desejo amar. 

Caminhamos juntos, mãos dadas na areia, 
Nossos passos marcando uma beleza de sentimento. 
Feliz em saber que o destino nos uniu nesta jornada 
E a cada momento, esta paixão em mim é renovada. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 11 de maio de 2024

Um abismo chama outro

Quem são os loucos soltos nas ruas? 
Quem são os monstros escondidos nos armários? 
Tudo parece um tanto decaído por aqui 
Algumas nuvens ameaçam o conforto do sol 
O vento carrega consigo alguma esperança 
Enquanto os vermes tentam se esconder 
Procurando refúgio nos esconderijos. 

Anjos caídos da modernidade 
Decapitam inocentes que vagueiam pelas ruas 
Esperando encontrar alguma coisa diferente 
E seus corpos cambaleiam como ébrios 
Enquanto outros tornam-se deuses de si mesmo 
Pigarreando nas bordas do intelecto 
Fazem isso por pura provocação. 

Como podemos lidar com essa total estranheza? 
Com esse sentimento de insegurança 
Se há perigo em todas as esquinas da vida 
E não sabemos o que nos aguarda ainda hoje? 
O sangue preto que jorra das veias esquecidas 
Mistura-se com o branco dos entorpecentes 
Provocando uma mistura alucinógena 
Que nem os psicopatas na prisão conseguem livrar. 

Caminhamos para um abismo sem fim? 
Seremos nós expurgados do planeta Terra? 
A face de todos os heróis mostra-se imperfeita 
Porque no fundo não fazem coisas boas 
O mundo capitalista é o caos e a destruição 
É um abismo chamando outro abismo 
O leviatã engolindo tudo ao seu redor 
E não se pode fazer quase nada a respeito. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 9 de maio de 2024

A dor de quem perde o que mais ama

É a dor daquele que enfrenta a tragédia, 
Cujo coração se desfaz em pranto, 
Sob o peso da mais dura agonia, 
Numa jornada de sofrimento e lamento. 
 
É a dor que corta, que dilacera, 
Que transforma a luz em sombra escura, 
Que faz da alegria uma quimera, 
E da esperança uma frágil costura. 
 
É a dor de quem perde o que mais ama, 
Que vê seus sonhos desmoronarem, 
Na imensidão de uma dor que inflama, 
E no vazio dos olhos, lágrimas se escondem. 
 
Mas mesmo no abismo da aflição, 
Há uma centelha, um fio de luz, 
Que brota da mais profunda escuridão, 
E traz consigo a força que seduz. 
 
Pois na dor há também a redenção, 
Um caminho de transformação, 
Onde a alma encontra a compaixão, 
E renasce a partir da destruição. 
 
Então que a dor, embora intensa, 
Seja o portal para a reconstrução, 
Onde a esperança se torna imensa, 
E a vida floresça em nova canção. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense 
Em solidariedade às vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul.

terça-feira, 7 de maio de 2024

Almas quietas

No silêncio das almas quietas ecoa 
Um tumulto de pensamentos, uma sinfonia, 
Nas mentes dos que pouco falam, entoa 
Um mundo vasto de sonhos, alegria. 
 
São como livros fechados, porém repletos, 
De histórias não ditas, de segredos guardados, 
Onde a solidão dança ao som dos afetos, 
E o silêncio é o palco dos seus fados. 
 
Nas entranhas de cada palavra não dita, 
Há um mar revolto de emoções contidas, 
Cada suspiro, uma nota sublime e infinita, 
Cada olhar, um conto de vidas perdidas. 
 
Nas mentes dos calados há tempestades, 
Que rugem sem som, em terras sem fim, 
São como mares agitados em verdades, 
Onde o barulho se oculta num singelo jardim. 
 
Oh, silenciosos, cujas mentes são trovões, 
Tecendo em segredo teias de complexidade, 
Em vossos abismos, nascem inspirações, 
Em silêncio que ecoa pela eternidade. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense