sábado, 25 de maio de 2024

Porcos no poder

O passado que devora todas as lembranças 
Que consome a esperança de futuro 
Onde os pés são arrastados pelas areias 
Levados ao buraco negro da escuridão eterna 
Não nos serve de guia para as novas ilusões 
Apenas de guia do caos para o desespero. 

Não se pode saciar a fome poética 
Apenas com os cérebros intactos da juventude 
Quando procuramos meios de subversão 
Precisamos contar com as desilusões dos anciões 
Dos que viveram além dos mil dias de solidão 
Porque são os únicos que sabem a sensação. 

Como viver nesse sistema tão instável 
Onde quem não é ninguém pode tornar-se alguém 
Que irá pisar nas cabeças pensantes com violência 
E o que se ouvirá depois são os gritos de horror 
Que ecoa dos pensamentos de resignação 
Porque o mundo vai estar de cabeça para baixo. 

Não é nada fácil falar de justiça 
Em um mundo onde reina a impunidade explícita 
A falta de verdade e as inúmeras formas de violência 
Que corrói a base sólida da sociedade 
E não se dá ouvidos as vozes que clamam por liberdade 
Porque os porcos no poder não permitem. 

Faltam quatro horas para o fim do mundo 
Em algum canto obscuro do universo 
Onde as principais ideias de restauração foram corroídas 
E totalmente despedaçadas por seres inescrupulosos 
Sem nenhum pudor da inutilidade mortal da vida 
Onde algumas vezes somos esquecidos pelo caminho. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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