segunda-feira, 20 de maio de 2024

Espero a ressurreição nos campos humanos

Observo o doce inconformismo 
Nos arredores da bicentenária cidade 
Entre os seus casarões antigos 
Testemunho a agitação noturna 
E a simplicidade do existir nos é complexa. 

Nas antigas ruínas das lembranças 
Percorrem a nostalgia 
Das músicas dos anos 80 
Quando a vida parecia fazer sentido 
Diferentemente da letargia dos dias atuais. 

O que se percebe hoje 
São vidas arruinadas pelo tempo 
Órbitas vazias execrando sangue 
Mentes obstruídas pelo lixo eletrônico 
De uma sociedade presa nas redes. 

Almas aprisionadas em invólucros vazios 
Com resquícios de saudades 
Presas no tempo que se foi 
E nas armadilhas deixadas pelo caminho 
Das quais os pés não conseguiram se livrar. 

Entre o fracasso dos derrotados 
Espero a ressurreição nos campos humanos 
Resta ainda um fio de esperança 
Quando se pode sonhar o sonho perfeito 
E desejar que o amanhã seja mais leve que hoje. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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