sábado, 11 de maio de 2024

Um abismo chama outro

Quem são os loucos soltos nas ruas? 
Quem são os monstros escondidos nos armários? 
Tudo parece um tanto decaído por aqui 
Algumas nuvens ameaçam o conforto do sol 
O vento carrega consigo alguma esperança 
Enquanto os vermes tentam se esconder 
Procurando refúgio nos esconderijos. 

Anjos caídos da modernidade 
Decapitam inocentes que vagueiam pelas ruas 
Esperando encontrar alguma coisa diferente 
E seus corpos cambaleiam como ébrios 
Enquanto outros tornam-se deuses de si mesmo 
Pigarreando nas bordas do intelecto 
Fazem isso por pura provocação. 

Como podemos lidar com essa total estranheza? 
Com esse sentimento de insegurança 
Se há perigo em todas as esquinas da vida 
E não sabemos o que nos aguarda ainda hoje? 
O sangue preto que jorra das veias esquecidas 
Mistura-se com o branco dos entorpecentes 
Provocando uma mistura alucinógena 
Que nem os psicopatas na prisão conseguem livrar. 

Caminhamos para um abismo sem fim? 
Seremos nós expurgados do planeta Terra? 
A face de todos os heróis mostra-se imperfeita 
Porque no fundo não fazem coisas boas 
O mundo capitalista é o caos e a destruição 
É um abismo chamando outro abismo 
O leviatã engolindo tudo ao seu redor 
E não se pode fazer quase nada a respeito. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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