domingo, 19 de maio de 2024

O vazio é o parasita

Posso até ver parasitas nas esquinas 
O vazio é o parasita 
O medo assustador das coisas que não viram 
Do assombro das que foram vistas 
E do som ensurdecedor das músicas 
Que não se pode nem falar das letras. 

Quando haverá o desmascaramento da cidade? 
Dessa mesma cidade que dorme displicente 
Que acumula lixos e sujeiras em suas calçadas 
Mas que fala em planejamento 
Principalmente nas propagandas políticas. 

Onde se esconde as alucinações 
E a sabedoria dos homens após o apocalipse? 
Quando tudo se perdeu no tempo 
Onde não restam mais nem poeira e cinza 
Dos casarões atingidos pela incompetência. 

Apenas os animais são seus ouvintes 
Os que caminham silenciosamente pelas ruínas 
E se alimentam das ervas daninhas que ali crescem 
Enquanto os insetos sobrevivem 
E se escondem dos roedores que ali fazem morada. 

Todos aqueles que não se sentam na frente 
Não podem saber o que digo em enigmas 
Não podem entender a minha linguagem 
E o que escrevo aqui é nostalgia 
Um livro que é para todos ou para ninguém. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Nenhum comentário:

Postar um comentário