sábado, 1 de março de 2025

Selvagem imaginação

Os herdeiros dos tormentos clandestinos 
Gritam rock’n’roll nas ruas 
E declamam segredos para ouvidos surdos 
Onde os pássaros são silenciados 
E tapetes peçonhentos voam do chão 
Carregando criaturas que se deitam 
Tentando esconder dos olhares humanos. 
 
A voz dos que perderam alguém se cala 
E se escondem nos ares do esquecimento 
Pessoas andam vagando como perdidas 
Nas ruas de ilusões fantasmagóricas 
E sangue dos anciões são derramados 
Diante dos calafrios iminentes 
De todos os que não sabem o que é viver. 
 
Existem certos temores noturnos 
Ecoado nos corações humanos 
Que não temos condições de revelar 
São mistérios escondidos secretamente 
Há milhares e milhares de anos 
Desde quando andavam em pequenos bandos 
Procurando abrigos nas cavernas. 
 
 Para pesadelo dos artistas 
Existiam os demônios da criação 
Que perturbavam o horror da imaginação 
Mesmo quando podiam ouvir o silêncio 
No colorido do céu infinito 
Antes do sol se esconder definitivamente 
Por detrás das montanhas distantes. 
 
Sem saber o que era criação ou paranoia 
A imaginação deles era selvagem 
Como são selvagens a fúria e a indolência 
Dos que caminham na escuridão 
E não sabem até onde podem aguentar 
O barulho das máquinas e luzes de neon 
Que moldaram a sociedade contemporânea. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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