O dia que decidires me beijar,
O tempo, com certeza, há de parar no ar.
As horas perderão seu compasso,
E o mundo caberá em um único abraço.
O vento há de sussurrar em desatino,
Contando às folhas o nosso feliz destino.
O sol hesitará no horizonte distante,
Com medo de apagar esse mágico instante.
Será um beijo de primavera,
Cheiro de flor, gosto de espera?
Ou será brisa de verão,
Febril, ardente, furacão?
Talvez venha feito outono,
Suave, num toque sem dono.
Ou como inverno, tímido e frio,
Mas quente no meio ao provocar arrepio.
E quando enfim me beijares,
Não haverá mais talvez.
Só o instante em que os lábios se encontram
E tudo recomeça outra vez.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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