No contrato invisível da vida,
O coração assina sem ler as cláusulas.
Ama por inteiro,
Mora onde é mal recebido,
Paga aluguel em lágrimas,
E ainda deixa flores na porta de quem parte.
Às vezes é mais cômodo ficar,
Mais fácil ceder,
Mais seguro calar.
Mas o amor…
O amor nunca faz as contas.
É o coração quem paga,
Com juros de saudade
E multas de silêncio.
Escolher a conveniência
É dormir num quarto sem janelas,
Com vista apenas para o que não sentimos.
Mas o coração…
Teimoso inquilino,
Insiste em abrir frestas,
E deixa o vento entrar
Mesmo quando o aluguel é cobrado em dor.
Há quem diga que amar é um luxo,
Outros, que é necessidade básica.
Mas, entre um e outro,
Fica a certeza amarga:
O coração nunca é isento
De impostos emocionais.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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