Ela vem coberta de espinhos,
De dúvidas, de espelhos partidos.
Onde quer que ela habite,
É preciso atravessar a pele do medo
E tocar com os próprios dedos o que queima.
A verdade mora nos cantos escuros da alma,
Nos silêncios que evitamos,
Nas perguntas que fingimos não ouvir.
Para alcançá-la,
É preciso despir-se das certezas,
Abrir as mãos,
E aceitar o peso e a beleza do que ela revela.
Onde quer que se esconda a verdade,
Ela lateja como uma ferida oculta.
Quem a toca, sangra.
Quem a ignora, adoece por dentro.
A coragem é a chave
Que gira na porta de todas as revelações.
A verdade não é flor de jardim.
É planta que cresce entre pedras,
Sob o calor das escolhas difíceis.
Para tocá-la, é preciso calos na alma
E uma fé teimosa de que o real,
Por mais duro que seja,
Ainda vale mais que qualquer ilusão.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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