sábado, 7 de junho de 2025

Tão sozinho

 Tão sozinho, 
Descobre que o eco é sua própria voz, 
E nela, um mundo inteiro escondido.
Na ausência de todos, 
Um espelho: 
O silêncio revela o que os gritos escondiam. 
 
A solidão não é vácuo, 
Mas ventre. 
Ali nasce o que em ti dormia. 
 
Quando o mundo se cala, 
Te escutas. 
E, enfim, entendes o nome que nunca disseram. 
Perdido entre sombras, 
Teu próprio passo te guia. 
E descobres que és estrada e viajante. 
 
Tão sozinho, 
Já não és um entre muitos, 
És inteiro entre ecos. 
Na solidão mais funda, 
O susto: 
Você ainda respira. 
E é suficiente. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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