Não é ausência, é presença calada.
No teu olhar, ele não pesa — dança.
Desliza como sombra de nuvem
Sobre o corpo morno de um campo.
Há palavras que nunca nasceram,
Mas que florescem nas íris dos que sabem escutar.
Teu olhar guarda essas sementes:
Um sim que nunca precisou ser dito,
Um não que não feriu, só desviou.
O silêncio diz-se doce no teu olhar
Porque não finge,
É inteiro, e por isso não teme o vazio.
Ali, os barulhos do mundo desaprendem o grito
E se curvam à leveza do que basta.
Talvez, no fundo,
Seja o teu olhar
Que ensina o silêncio a ser linguagem.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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