quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Braços da eternidade


Das liberdades que não existem 
Ou dos medos que nos atormentam 
É o que minha mente gostaria de falar. 
Ou poderia ser sobre a fragilidade humana 
A busca pelo desconhecido que nos atormenta 
Ou, quem sabe, o silêncio que assusta. 
 
Minha mente navega horizontes 
Contempla o nascer do sol em meios as montanhas 
E sente a brisa da manhã tocar o rosto. 
Não há escuridão para os olhos cansados 
Apenas as lembranças de sorrisos bobos 
De donzelas com cabelos soltos a passearem nas planícies. 
 
Narciso olhando sua imagem na água 
E Áries banhando-se no sangue das vítimas 
De suas armadilhas mortais. 
Qual escaravelho a esconder-se misteriosamente 
Minha mente ofusca as memórias sórdidas 
De um tempo que não desejo ter de volta. 
 
São sombras das nuvens que se formam no céu 
E o vento que agora já não é tão suave 
Carrega consigo a tristeza de olhares vagos. 
Um ser rastejante tenta se esconder entre as folhagens 
E formigas carregam gravetos para sua moradia 
Sem saberem que serão preenchidas pelas chuvas. 
 
Não há por do sol nas montanhas 
Agora cobertas pelas nuvens negras 
Que prometem chuvas torrenciais em breve. 
Sonhos varridos pelo furor da tempestade 
Que assola os pensamentos íntimos 
De quem um dia ousou sonhar tão alto. 
 
A calmaria da meia-noite revela as estrelas 
Em um céu tão límpido como a imaginação 
Que descansa nos braços meigos da eternidade. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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