terça-feira, 20 de outubro de 2020

Condenado


Aquele silêncio o perturbava 
Sentia o desconforto 
Atormentar sua imaginação 
E só desejava a liberdade. 
Não saberia ao certo o que fazer com ela 
Mas gostaria de correr pelos campos floridos 
Sentir o frescor das flores 
E ver o voo das borboletas. 
Talvez isso acalmaria o seu coração 
Talvez pudesse viver outra vez 
E, quem sabe, sentiria o prazer de viver. 
A realidade, porém, não será assim tão fácil 
Não consegue ver além dessas grades 
Nem poderá ouvir os sorrisos de outrora. 
O cheiro fétido desta cela pequena 
O faz lembrar de sua culpa 
Da vida inocente que tirou. 
Condenado a pagar pelos seus crimes 
Sente o frio da solidão estendendo seus braços 
E o pavor da morte que o ronda todos os dias. 
Não pode desfazer o que já fez 
Nem voltar no tempo 
O destino é agonizar na escuridão 
O mal que há em cada um de nós 
Pode levar o ser humano à perdição. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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