terça-feira, 13 de outubro de 2020

Os olhos da esperança se foram


Aquela que fez minha vida mudar 
Não mais está aqui. 
A ilusão toma conta da vida 
Que renasce da saudade de tempos que se foram. 
Os sonhos são desfeitos 
Como a primavera sem flores 
No jardim do esquecimento. 
Seus sonhos tão lindos 
São os pesadelos de outrora 
Em um coração que não acordou. 
Como a estrela cintilante 
Na noite de lua 
Você apareceu na minha solidão 
E me fez compreender a natureza da minha existência. 
Mas, não mais te vejo a sorrir, 
Com a naturalidade que me fez apaixonar 
Seu semblante sempre triste 
Realça a natureza de um amor que não mais existe. 
Sozinho caminho pelas ruas 
Na solidão fria de uma noite de inverno 
Relembro o pretérito de sua ausência 
E a dor de agora é mais profunda. 
Porque me enganaste desta forma? 
Porque não me deixaste sofrer naquele tempo? 
Se fora apenas para me aquecer momentaneamente 
Deveria ter me deixado morrer de frio. 
Seria melhor dessa forma. 
Abraçado fortemente pela solidão de seus olhos 
Que não mais contemplo a brilhar 
Sigo sozinho pela escuridão. 
Seu sorriso que me transformava 
É um mero refúgio em minha alma desolada 
Pois a tristeza de não vê-lo me sufoca. 
Ao sair da minha solidão e abraçar seu coração 
Pensei ter encontrado a minha eternidade 
Mas a saudade que sinto agora 
Dói o bastante para me tornar miserável. 
Passageiro esse amor que me consome 
Na ausência de sua alegria 
O choro permanece a noite inteira. 
Canto a tristeza de uma esperança 
Que encontrei em seu olhar 
E que, ao encontrar, me senti vivo outra vez. 
Mas os olhos da esperança se foram 
E eu, na solidão, me encontro de novo. 
Essa é minha canção de hoje. 
O amanhã não me pertence 
E nele, posso tanto sorrir como continuar o choro. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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