quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Um peregrino (mal)dito

 
Podes me ensinar o caminho do sonho 
Ou pensar na realidade da vida 
Como o sol que desponta por detrás das montanhas 
Sem acreditar que os pássaros possam voar? 
A minha esperança é como o orvalho da manhã 
E as nuvens levadas pelo vento 
Que derrama água pelas planícies 
Dando vida aos campos verdejantes na primavera. 
Não consigo esconder o meu desejo 
De encontrar a estrada da felicidade 
No brilho daquele olhar tão sedutor 
Que um dia, meus olhos puderam contemplar. 
 
Talvez eu seja um peregrino (mal)dito 
Um andarilho solitário em um mundo caótico 
Ou quem sabe apenas um viajante 
Em terras nunca antes desbravadas. 
Mas, pode ser que eu seja apenas o louco, 
E esteja perdido no tempo. 
Contudo não posso deixar de sonhar com a beleza 
De um sorriso tão singelo 
Como o que meus olhos conseguem vislumbrar. 
 
Olho as nuvens outra vez e elas voam mais vagarosas 
E o vento sussurra nas campinas 
Ouço, então, a sua meiga voz a gotejar 
Palavras de esperança em meus ouvidos. 
Não quero acordar deste sonho, digo eu a mim mesmo, 
E nem sei ao certo se estou sonhando. 
A sua beleza tão exuberante 
Ofusca até mesmo as flores deste jardim. 
Vejo borboletas inquietas, 
Coloridas, mas, inquietas com a sua elegância. 
 
O que posso dizer de tudo isso? 
Deixo-me apenas descansar dos dias maus 
E sinto o frescor das águas cristalinas 
Que escorrem pelo meu rosto transbordante de felicidade. 
Uma chuva cai silenciosamente 
E traz consigo o frescor da felicidade que vi em seus olhos 
E sei que já não preciso acordar deste sonho 
Porque a felicidade é real em seus braços. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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