sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Inocência Roubada

No silêncio da noite roubaram-me 
A inocência de minha alma. 
Com promessas de amor e felicidade 
Palavras induziram-me a entregar 
O corpo para a prostituição. 
 
O vazio da dispensa lá de casa 
E o choro de meus irmãozinhos 
Mistura-se com o vazio da minha alma 
Na busca de prazer 
Para acalmar a minha ilusão. 
 
 Na esperança de encontrar alimento 
Entrego meu corpo. 
Não sei se o que sinto é prazer 
Ou repulsa Sinto-me no fundo do poço. 
 
A vida é ingrata aqui nesta cidade 
Não oferece alternativa de vida. 
O pouco que meus pais ganham 
Não dá pra comprar o pão 
E as dividas estão até o pescoço. 
 
Disseram-me que as crianças 
Têm direito a brincadeira 
Mas me negam a oportunidade de brincar. 
 
Desfizeram minha inocência e minha felicidade 
Nos braços imundos de homens 
Que me obrigam a amar. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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