quarta-feira, 25 de agosto de 2021

O triste lamento do Rio Paraguai

Podes conter às lágrimas ao ver toda essa triste realidade? 
Onde estão suas águas? 
Nem mesmo as lágrimas conseguem preencher o vazio 
E as areias estão a mostra 
O descaso que fazem contigo 
Os dejetos que jogam em ti 
É de cortar o coração. 
Em minha memória estão aqueles tempos 
Que caudaloso corria esplendorosamente 
E cantavas a tua beleza em poemas e canções 
E as crianças brincavas em teu leito 
No Daveron 
Do alto da ponte via-se a magnitude de um rio a deslizar 
E não se vê nada mais do que um espectro de silhueta 
O rio se foi 
Resta a triste marcas de um filete de água 
Que tenta resistir a destruição humana. 
Ah! Que dor no coração 
Que tristeza ao ver-te secar sem poder fazer nada 
A não ser um triste poema de lamento 
Rio Paraguai outrora tão majestoso 
A embelezar o cais da Praça Barão 
E agora não mais 
Só um triste cenário coberto por fumaça 
Desespero de uma geração 
Que lamentavelmente deixa o rio morrer. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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