sábado, 16 de outubro de 2021

Tive sonhos de louco

Na busca incessante em desvendar estes mistérios 
Que vi escondidos no secreto de seus olhos; 
Tive sonhos de louco que tentei esconder 
Quando percebi que nunca poderia esquecer. 
 
Eu vejo as flores, afinal é primavera, 
Nos jardins da minha bucólica existência; 
Em cada uma das rosas há uma doce lembrança 
De tempos tão bons que ainda me dá esperança. 
 
Junto a ti eu sempre sonhei viver 
Por isso buscava ir ver-te no amanhecer; 
Todas as noites sem você só a triste solidão 
Para fazer companhia ao solitário coração. 
 
Nada mais em mim ficou do que a saudade 
Nada mais do que o susto aterrador; 
A tomar conta de mim, um divino pavor, 
Desde a noite que levaste para longe seu amor. 
 
Disseste-me que havia morrido em si o sentimento 
Que não poderia mais ter alegria ao meu lado; 
É a mesma história mal contada que volta a repetir 
Quando abro o coração, a ilusão volto a sentir. 
 
Sem teu abraço, teus beijos, tua singela presença 
Uma solidão que trás consigo uma dolorida saudade; 
Mas há quem diga que tive sonhos de louco 
Ao sonhar que um dia pudesse me livrar deste sufoco. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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