domingo, 7 de abril de 2024

Contra o racismo

Prisioneiro de uma herança maldita 
Exposta publicamente por racista 
Que gritam em altos brados: 
- Ei, crioulo de merda! 
Alguém até olha com desdém 
Enquanto ele continua a vociferar: 
- Levanta esse rabo sujo daí! 
Como se o mundo pertencesse aos brancos 
Grita mais alto dessa vez: 
- Larga de ser preguiçoso 
Que aqui não é da tua laia! 

Quem poderá deitar em sua cama e dormir 
Depois de ouvir tantas injúrias? 
Ecoa ainda em sua mente 
A fala sútil daquela pessoa: 
- Tirem esse preto de perto de mim! 

E quando vira o rosto para a parede 
Ainda consegue ver as correntes 
Estão amarradas em seu subconsciente 
Os grilhões que prenderam seus ancestrais 
Nos ignominiáveis navios negreiros 
Que os trouxeram da África. 
Até quando deverá carregar essas marcas? 
Até quando pode suportar esse desprezo? 

Em pleno século vinte e um 
É espancado com palavras que ferem 
Menosprezado por sua cor de pele 
Como se merecesse o castigo divino. 

O que vamos fazer a respeito? 
Porque o certo é que possamos lutar 
Para erradicar do nosso meio 
Toda forma de preconceito! 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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