sexta-feira, 1 de abril de 2022

O tempo passou

O olhar era tão misterioso 
Difícil demais de desvendar 
Escondia neles amores antigos 
Ocultava todas as formas de pensar 
Mas deixava transparecer 
Uma saudade que não conseguia ocultar 
E, por mais que tentasse, 
Essa descoberta não conseguia evitar. 
 
 No sorriso havia uma desconfiança 
Parecia mais uma decepção de amor 
Como se no inverno procurasse 
Alguém que pudesse dar-lhe calor 
No coração deixava permanecer 
Uma longa jornada de muita dor 
Que desejava apagar para sempre 
Da sua alma dilacerada pelo rancor. 
 
Ouvia dizer que poderia encontrar 
No futuro uma nova forma de viver 
Que o tempo pode curar toda dor 
E restabelecer um novo alvorecer 
Nisso acreditou piamente como sempre 
Porque só desejava ver o amor florescer 
No seu coração sempre tão inocente 
Desejava ver a chama da paixão renascer. 
 
E foi assim que o tempo passou 
Nada de novo em sua vida aconteceu 
Apenas um silêncio passou a existir 
E na alma um sentimento faleceu 
A única esperança que poderia ter 
No adeus sem sentido tudo morreu 
Como se nada no mundo importasse 
Fechou os olhos e tudo isso esqueceu. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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