sábado, 27 de janeiro de 2024

Águas turvas

Quem são os pescadores na beira do rio? 
E quem são os ratos no Palácio do Governador? 
Que perigo estamos correndo 
Quando não sabemos o que são decididos 
Nas salas luxuosas com as portas fechadas? 

O Paraguai tem suas nascentes orválicas 
No auge do Alto Paraguai 
E suas águas descem já turvas pelo trajeto 
Carregando a vida para muitos 
Que permanece nas suas margens. 

Uma lívida paranoia flutua no ar 
Nestes dias sombrios da humanidade 
Onde a maioria parecem estar de olhos vedados 
Ouvidos cheio de comichões 
E pensamentos voltados para suas barrigas. 

Estamos em um caminho em movimento 
Escrevendo a nossa própria odisseia 
E parece ser uma história muito triste 
Sem esperança para um futuro breve 
Onde não haverá nem mesmo os peixes. 

O tolo permanece na beira do rio 
Com os olhos desfocalizado de ilusão 
Enquanto os ricos fazem seus banquetes 
Com as iguarias de um rio devastado 
Pela ambição dos seres humanos. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense
Imagem: Odair José, Poeta Cacerense

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