sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Criatura selvagem

Alguns mocassins desgastados pelo tempo 
Já viram de tudo que há para ver 
E nem precisa mais ser usados outra vez 
Porque o tempo não volta mais 
O que se perdeu, não se recupera. 

A imortalidade tanto desejada 
Pode estar a caminho e em movimento 
Mas a morte também pode estar a espreita 
Esperando apenas o momento certo 
Para dar a sua última cartada. 

A sinceridade do pensamento 
Pode estar nas palavras ritmadas 
Ninguém tem o controle da língua 
Quando passam pela tempestade da fúria 
E sempre dizem coisas para se arrepender. 

A esperança que tanto tinha 
Jaz fria em uma sala fria de uma noite gélida 
Mesmo se era a última a morrer 
Agora já não importa mais o que pensava 
Porque o tempo já se foi. 

A imaginação é uma criatura selvagem 
Que ameaça sempre o que é real 
Mostra que a realidade muitas vezes 
É mais cruel que o pensamento 
Porque destroem todos os sonhos possíveis. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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