Pensamentos que não consigo prender na mente
Que precisam voar pelo mundo
Encontrar outras mentes abertas por aí
E fazer morada junto a eles em algum ninho.
Palavras que podem desmontar teorias
Ou criar outras teorias muito piores
Palavras que podem contar a história de um amor que não deu certo
Que na verdade, é a maioria das histórias
Ou será que em algum lugar existe alguém feliz?
Creta pode ser apenas uma ilha no Mediterrâneo
O berço da civilização egeia
Assim como numa clínica maligna pode nascer um monstro
Ou no topo de um edifício pode ter corações destroçados
Alguém querendo pular do último andar
E não tem a coragem suficiente
Por que homens tristes se importam com as máculas das mentes juvenis?
Pare para pensar nas adversidades da vida
Você perde tempo ou ganha tempo com tudo isso?
Quem são esses perdidos no meio da rua
Que perambulam de um lado para o outro como ovelhas sem pastor?
E alguém ainda pede para que fique calado
Como se minhas palavras não valessem nada
E eu rasgo minha garganta como flechas incendiárias
Quero que abram os seus olhos e vejam a miséria ao lado
Os acentos perfurados do ônibus que pegou essa manhã
Onde a pessoa do lado assoa o nariz
E você sabe que milhares de germes podem ter se apropriado de seu corpo
Como os demônios fazem com a alma
E ainda insistem em pedir para que eu não fale
Estão com medo de dizer algo que os ofendam
E eu quero mais é que se lasquem todos esses imbecis
Esses crápulas de sótão úmidos e escuros
Quando alguém grita para os que estão no alto do prédio:
- Pulem! Pulem!
Ah! Esses miseráveis hipócritas insistem nessa dicotomia
Enquanto as palavras manuscritas caem como penas em suas cabeças ocas
Um riacho acaba de ter suas águas sugadas pelo calor
Porque existem diferentes formas de se interpretar um acontecimento
E muitos preferem permanecer impassíveis diante do sofrimento.
As palavras continuam a brotar de minha mente insana
Enquanto procuro um refrigério para a alma
Se você não entendeu nada a culpa não é minha
Porque sou responsável pelo que falo
Não pelo que você não entende.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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