quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

O ovo da serpente

Cada um faz o que quer 
Ninguém olha nos olhos do outro 
Alguns pisam altivamente 
Com queixos erguidos acima dos ombros 
Enquanto sugam o sangue inocente. 

Só o tempo de tomar um café 
Lá fora o vento espalha folhas secas 
Alguns fazem rodas de fofocas 
Onde falam inverdades que ouviram dizer 
Alimentando falsas esperanças. 

O vírus é uma palavra 
Que pseudo intelectuais ameaçam dizer 
Nas aglomerações em praças públicas 
Quando crianças se misturam com velhos 
No caldo confuso da sociedade. 

O vazio nunca é eliminado 
Apenas causa uma grande confusão 
Alguns se acham donos do mundo 
Pregam uma nova religião salvadora 
Como se já não bastasse toda ilusão. 

O vazio é um parasita 
Um ovo de serpente escondido na mente 
De alguns inconsequentes 
Que logo logo estarão ditando regras 
Para terem novos filhotes imbecis. 

Uma lívida paranoia flutua no ar 
Trazendo a tona coisas obscuras 
E sabemos que não podemos fazer nada 
Que a grande maioria preferem continuar 
No sono profundo da ignorância. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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