segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Segredos de um coração ferido

Eu não sei se este ar 
É o mesmo ar que um dia respirei 
Não tenho boas lembranças de tempos atrás 
Apenas vultos perambulam na escuridão 
Quando desejo respirar 
Um ar que seja puro. 

Já não posso mais olhar teu lindo rosto 
Sinto que nunca jamais eu a verei 
Desapareceu naquele triste amanhecer 
Que nem mesmo o sol apareceu 
E tudo não passava de apenas 
Mais uma ilusão perdida no tempo. 

Eu posso ser o epílogo de um livro proibido 
Escrito por alguém que não sabe ler 
Ninguém consegue entender as palavras 
Porque ninguém está preparado 
Para os desafios de interpretar 
Os segredos de um coração ferido. 

As fibras da tua pele 
São teias que querem me prender 
E procuro me libertar o quanto antes 
Do labirinto onde acabei sendo jogado 
Sem saber se existe ou não 
O monstro que irá devorar a minha alma. 

Não posso ser vencido 
Pelo sentido corrompido pela vaidade do coração 
Tem que haver um outro lugar 
Uma outra forma de viver essa vida 
Que não seja uma presa ao seu olhar 
E nem dependente tanto assim do seu sorriso. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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