sábado, 2 de março de 2024

Incompetência

O desejo do ser humano em ser eterno 
Esbarra na sua própria incompetência 
De existir no mundo que ele não criou 
Mas que insiste em destruir pela ganância 
Pela sua ambição desenfreada 
Pela violência descontrolada 
Pelo desejo único de ser selvagem. 

As ruínas da Grécia revelam as tragédias 
Nelas descansam as ruínas dos homens 
Alguns orbitando vazios existenciais 
Como borboletas vistas através das janelas 
Aprisionados em suas próprias ilusões 
Presos pelas falsas esperanças 
De que um dia algo poderia ter sido melhor. 

No fedor esgotal de vielas abandonadas 
Podem ser vistos resquícios 
De uma loucura humana que deixam rastros 
Corpos estendidos pelo chão 
Frutos de uma tragédia anunciada 
Desde que se faz uma escolha errada 
E se envolve com alguma facção. 

Existem olhares que só enxergam a mentira 
Que são enganados o tempo todo 
Envolvidos pela falsa ilusão de uma vida 
Que seja de prazeres e ostentação 
Será que não percebem o perigo logo adiante 
O terror estampado nos olhos 
Daqueles que não conseguem mais sair? 

Alguns tentam desesperadamente fugir 
Querem se desvencilhar dessa armadilha mortal 
Mas não encontram uma saída plausível 
E sucumbem ao excremento da fumaça solta no ar 
Tornam-se indivíduos sem almas 
Que caminham perdidos pelas ruas movimentadas 
Esperando apenas o gatilho para se matarem. 

O filho bastardo não é filho dos deuses 
E os pais não tem tempo para eles 
Jogados a própria sorte ficam à deriva 
Educados pelos jogos eletrônicos 
E o mundo vai sendo moldado a sua imagem 
Na semelhança de um pesadelo cruel 
Pulsando firme em cada coração irracional. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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