sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Há sempre mãos estendidas

Há sempre mãos estendidas, vazias, 
Na esquina fria de um mundo sem cor, 
Olhos que pedem, lábios que imploram, 
Um pouco de afeto, um gesto de amor. 
 
Há sempre fome que o tempo não cala, 
Barrigas vazias, promessas ao chão, 
Enquanto a mesa de alguns transborda, 
Outros estendem as mãos por um pedaço de pão. 
 
Há sempre sombras nas ruas desertas, 
Vidas perdidas na escuridão, 
E mesmo entre rostos que passam apressados, 
Alguém suplica, sem voz, sem razão. 
 
Mas há também mãos que oferecem, 
Que semeiam afeto em meio à dor, 
Pão repartido, calor que renasce, 
Pequenos gestos que provam o amor. 
 
Que nunca nos falte essa chama acesa, 
Que nunca sejamos aqueles que vão 
Sem ver que há sempre, no meio da estrada, 
Mãos estendidas à procura de pão. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Sou o que sou

Sou o que sou, 
Porque mais ninguém sabe 
O que é viver apenas do silêncio. 
No vazio das palavras não ditas, 
Nas pausas que gritam verdades, 
No eco dos pensamentos soltos 
— Aí eu existo. 
 
Sou feito de murmúrios calados, 
De gestos que falam por mim. 
O vento me entende, 
A lua me observa, 
As sombras me acolhem 
Quando a voz não cabe 
No peito que pulsa sozinho. 
 
Ninguém sente o peso do nada 
Como quem faz do silêncio abrigo. 
Ninguém ouve o som do invisível 
Como quem aprendeu a escutar 
A ausência do mundo. 
 
Sou o que sou, 
Feito de brisa e neblina, 
De palavras que nunca nasceram. 
E talvez, no fim, 
O silêncio seja a única voz 
Que sempre me pertenceu. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

A terra é só a terra

 A terra é só a terra, 
Um punhado de poeira 
Girando no escuro, 
Sem pressa, sem culpa, 
Sem saber que existo. 
 
Eu penso nisso vezes demais. 
No peso invisível do tempo, 
Nas raízes que racham o chão, 
Na chuva que molha e some, 
No vento que passa sem nome. 
 
A terra é só a terra, 
E eu sou só alguém 
Que olha pra ela e se pergunta 
Se há sentido ou se há nada, 
Se sou raiz ou se sou poeira 
Girando no escuro também. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

A saudade que já não sinto mais

 A saudade que eu já senti, 
Hoje se desfez como névoa no ar, 
Não há mais eco do que perdi, 
A dor se foi, 
Não sou mais o mesmo neste lugar. 
 
O tempo curou as marcas, os ais, 
O vazio antes imenso se preencheu, 
Aprendi a viver sem os antigos finais, 
E o que era sombra, 
Agora é luz que se acendeu. 
 
Já não sou prisioneiro de um passado distante, 
As lembranças são apenas uma tela, 
Onde o retrato se esmaece, mas é constante, 
E a saudade se foi, 
Como quem nunca se revela. 
 
Hoje eu respiro em paz, sem a falta, 
Sem a ansiedade de um amor que se perdeu, 
A saudade, que um dia foi exata, 
Agora se dissolve em silêncio, 
Do amor que tristemente morreu. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Eu queria te dizer

 Eu queria te dizer que te amo em uma canção, 
Com versos suaves, com rima e emoção. 
Queria que as notas falassem por mim, 
Que a melodia contasse o que sinto, enfim. 
 
Cada acorde seria um toque do coração, 
Cada estrofe, um suspiro em sua direção. 
E no refrão, eu gritaria ao vento, 
Que és meu amor, meu maior sentimento. 
 
Se as palavras falharem, que a música traduza, 
Que o som dos acordes no peito te seduza. 
Pois tudo que quero é te fazer sentir, 
Que meu amor por ti jamais há de sumir. 
 
Então feche os olhos e ouça com calma, 
Essa canção que nasceu da minha alma. 
Pois nela há um segredo guardado, enfim: 
Eu sempre te amei e te quero pra mim. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Caminho sem espinhos

 Você me levou por caminhos floridos, 
Tirando os espinhos, ajudando-me a sonhar. 
Com passos suaves e muita luz no coração, 
Fez do impossível um novo caminhar. 
 
Nos dias nublados, foi sol reluzente, 
Nos ventos incertos, brisa envolvente. 
Cada tropeço virou aprendizado, 
Com você ao meu lado, tudo é sagrado. 
 
Se antes a estrada era cheia de dor, 
Hoje ela brilha com seu singelo amor. 
Pois seu carinho, doce e sereno, 
Fez do meu destino, um laço eterno. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 23 de fevereiro de 2025

Mil noites de amor

Mil noites de amor tenho para te ofertar, 
Como estrelas que dançam no céu mensurado. 
Cada suspiro é um verso dito ao coração, 
Cada beijo, um sonho singelo eternizado. 
 
Teu olhar é a lua que vem me guiar, 
Nas marés desse amor que insiste em crescer. 
Nos lençóis do tempo bordamos promessas, 
Juras eternas, carícias impressas no viver. 
 
Se mil noites tivermos, mil vezes direi, 
Que em teus braços, amor, sempre quero estar. 
E quando a aurora enfim nos iluminar, 
Terei mil e uma noites para te ofertar. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Passageiro da solidão

 Eu a vi de mãos dadas com outro amor, 
O riso leve, o olhar de quem sobreviveu. 
Um dia, esse brilho era para mim, 
Hoje é dele, e o tempo correu. 
 
O vento tocou seus cabelos, tão belos, 
E eu, na sombra, fiquei sem sua luz. 
Os passos dela já não me procuram, 
Mas seu rastro em mim ainda reluz. 
 
Ele a segura como quem tem tudo, 
E eu sou só um eco mudo de saudade. 
Não há mágoa, talvez só as lembranças, 
De um sonho que foi e não volta à realidade. 
 
Que seja feliz, murmuro ao vento, 
Mas levo comigo essa dor no coração. 
Pois amei como quem se entrega inteiro, 
E hoje sou só um passageiro da solidão. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 22 de fevereiro de 2025

Veneno de escorpião

Teu amor tem veneno na ponta da língua, 
Um beijo que arde mais que fel e traição. 
Invade minha pele, se infiltra nas veias, 
Ferida que pulsa sem salvação. 
 
Teus olhos são âncoras, fundo no abismo, 
Me prendem em laços de pura ilusão. 
Cada promessa, veneno destilado, 
Gota por gota, me afoga em paixão. 
 
Teu toque queima, mas nunca aquece, 
É lâmina fria, cortando em profusão. 
E mesmo sabendo que mata aos poucos, 
Eu volto e imploro: me fere então. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Quando não sei expressar

Às vezes as palavras se perdem no ar, 
E o silêncio se faz um peso no lugar. 
O que sinto é tão forte, 
Mas não sei expressar, 
E me encontro em um labirinto 
Sem saída pra caminhar. 
 
Tento falar, mas o eco me impede de dizer, 
Tudo que posso é esperar 
Que a alma possa viver. 
O que dizer quando o coração não sabe explicar? 
Apenas o vazio de uma palavra 
Que não sei como falar. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

A solidão

A solidão é sombra fria, 
Que mora dentro da alma vazia. 
Caminha silenciosa e serena, 
Como estrela que se vê pequena. 
 
No silêncio, ela canta a dor, 
Sussurrando segredos de um amor, 
Perdido no tempo, sem voz, 
Preso no eco de um velho fado, após. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Negue-me...

Negue-me o mundo, seus bens e seus laços, 
Os caminhos dourados e os passos apressados, 
A fama, os aplausos, a riqueza que brilha, 
Negue-me o luxo, até mesmo o ouro que cintila. 
 
Mas não me negue a beleza do seu sorriso, 
A doçura do olhar, isso é tudo que preciso, 
Não me negue o seu amor, seu doce alento, 
Que é tudo o que desejo, meu único pensamento. 
 
Negue-me a razão, a lógica do tempo, 
Mas não o seu carinho, esse singelo sentimento, 
Que me acende a alma, que me dá direção, 
Seu amor é a força que guia o meu coração. 
 
Negue-me as palavras, se for preciso, 
Mas não me negue o silêncio do seu riso, 
O silêncio dos gestos, o toque gentil, 
Esse amor que me envolve de forma sutil. 
 
Negue-me o mundo, seus ritmos e regras, 
Mas não me negue a sua presença nas entregas, 
Pois se o mundo me faltar, e o tempo também, 
Seu amor será a chama que me mantém. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

No brilho do olhar

No brilho intenso de um olhar, vi o amor, 
Reflexo profundo, como estrela a brilhar, 
Que iluminou o caminho, aquecendo a dor, 
E fez meu coração, finalmente, cantar. 
 
Nos olhos teus, encontrei o meu abrigo, 
Onde o tempo se perde e o medo se desfaz. 
Teu olhar é como um amor amigo, 
Que acende a paixão e me leva em paz. 
 
A luz que em teus olhos se esconde, eu vejo, 
Como chama que incendeia sem cessar, 
E em cada piscada, no meu ser eu te desejo. 
 
Pois no brilho do olhar, aprendi a amar. 
E nesse reflexo, a vida antevejo, 
Nos olhos teus, o amor é o meu sonhar. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Livre arbítrio

 O livre arbítrio, chama a brilhar, 
No caminho que escolho, a vida a me guiar. 
Em cada passo, um mundo se descortina, 
A escolha é minha, o destino, o que ensina. 
 
Por mais que a sorte queira jogar, 
No fundo do peito, sei o que buscar. 
Caminhos diversos, na mente a dançar, 
Sou livre, sou o dono, do que vou trilhar. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 16 de fevereiro de 2025

O silêncio e a saudade

No silêncio do meu quarto, ecoa a tua ausência, 
Um sussurro que dança entre sombras e lembranças. 
O relógio marca o tempo, mas não acalma a espera, 
E a noite se alonga em vazios e esperanças. 

As paredes guardam segredos, sorrisos desfeitos, 
O cheiro da tua pele ainda mora no ar. 
Mas já não há passos, nem risos, nem beijos, 
Só a saudade insistente a me acompanhar. 

O vento espreita a cortina, como quem chama, 
Mas tua voz não vem com a brisa da rua. 
Apenas o silêncio, frio e sem coração, 
Abraça meu peito, onde a alma ainda és tua. 

E assim sigo só, nesse espaço sem cor, 
Onde cada canto te guarda em eterna memória. 
O silêncio é um grito, um eco de dor, 
E a saudade, esse verso que conta nossa história. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 15 de fevereiro de 2025

Perpétua ignorância

Em algum lugar por ai 
Onde é difícil enxergar os acontecimentos 
Algumas pessoas em seus esconderijos 
Estão com os olhos fechados para o mundo 
Sem se preocuparem com o amanhã 
Carregam em suas costas o desespero 
Que a eternidade não consegue esconder. 

Existem aqueles que tornam-se sombras 
Que mantém longas conversas enganadoras 
E permanecem bem no seio das tardes de verão 
Falam de coisas absurdas 
Histórias ricamente ilustradas 
Que são capazes de prender os ouvintes 
Até que seus cérebros se derretam. 

Nessa longa estrada sem fim 
Tem aqueles que traça o seu imaginário 
Como se fossem vítimas de um sistema cruel 
E se assustam com suas imagens pérfidas 
Que aparecem nos espelhos quase todo quebrados 
E não há uma explicação lógica 
Para tamanho absurdo que existe. 

Em outro canto de uma cidade qualquer 
Há uma aglomeração das massas 
Que se ajuntam em sua perpétua ignorância 
E não percebem as criaturas invisíveis 
Que deita do outro lado das portas 
Onde reside com uma horda de Pãs ao seu redor 
Todos na iminência de romper as barreiras. 

Há nas nuvens olhares fugazes 
Que revelam o lapso dos deuses dormentes 
Que permanecem com suas transpirações lisérgicas 
Vociferando manuscritos de alguma escritura 
Que não pode ser decifrada pelos ouvidos humanos 
E isso não parece incomodá-los de forma nenhuma 
Apenas os fazem sorrir sarcasticamente. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Conflitos de existência

Em cada passo, o mundo se desfaz, 
Fragmentos de sonhos, medo voraz. 
O ser busca a paz, mas a vida é estrada, 
Entre dúvidas, a alma é naufragada. 
 
A vida é um campo de guerra e paz, 
Onde o ser se perde e se refaz. 
Caminha entre luzes e sombras a se esconder, 
Busca respostas sem saber o que entender. 
 
Nos ecos do tempo, a pergunta sem fim: 
Quem sou eu, afinal, neste abismo de mim? 
A dor e a alegria se cruzam, no coração, 
E o silêncio, às vezes, esconde a razão. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Perdido em ruas sem nome

 Perdido em ruas sem nome, 
Caminho sem mapa, sem direção, 
O vento me leva, a mente é um abismo, 
Vago em busca de uma razão. 
 
Cada passo é um eco distante, 
Sem saber onde começa ou termina, 
A incerteza é minha companheira, 
E o horizonte, uma linha fina. 
 
Mas no caos, encontro silêncio, 
No vazio, um certo consolo, 
Perdido, talvez, mas livre, 
No vagar sem rumo, o meu dolo. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

No seu sorriso

 No seu sorriso vi a beleza do sonho, 
Brilhando leve como a luz da aurora, 
Um instante doce, eterno e risonho, 
Onde o tempo para e a alma aflora. 
 
Nos seus lábios, um mundo inteiro, 
Feito de esperança, paz e paixão, 
Um sonho vivo, puro e verdadeiro, 
Escrito em traços de amor no coração. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

A beleza dela

Nos traços suaves, a lua se aninha, 
No olhar brilhante, o sol faz morada. 
Seu riso é canto que o vento acarinha, 
Flor que desabrocha na aurora dourada. 
 
Seus passos são dança, leves, encantados, 
Brisa que embala, ternura e calor. 
No tempo, seu nome é eco laureado, 
Pincel que desenha a essência do amor. 
 
Teus olhos são estrelas a brilhar, 
Um mistério doce a iluminar. 
Teu sorriso, melodia encantada, 
Um sol que aquece a alma apaixonada. 
 
Nos teus traços, a arte se esconde, 
Na tua essência, a poesia responde. 
És flor que nunca perde a beleza, 
És luz que revela a singeleza. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Um resto de poesia

 E no silêncio veio a lembrança 
De um amor que já não existe. 
Um sussurro perdido na dança 
Do tempo que passa e insiste. 
 
Os olhos cerrados, a alma vazia, 
O eco de risos que foram embora. 
No peito, um resto de poesia, 
Que o vento da vida levou sem demora. 
 
Foi sonho, foi fogo, foi mar, 
Foi tudo e depois foi nada. 
Agora é só brisa a passar, 
Uma memória em névoa calada. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 9 de fevereiro de 2025

Em um olhar

Teu olhar é luz que ilumina, 
Estrela em noite serena, 
Tem a doçura que fascina 
Um encanto que envenena.
 
 É mar calmo, é chama ardente, 
Mistério que faz sonhar, 
Um brilho doce e envolvente, 
Um céu inteiro nesse olhar. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 8 de fevereiro de 2025

Desejo escondido

Um desejo escondido, sutil, 
Dança no peito, sereno e febril. 
Ninguém o vê, ninguém o sente, 
Mas queima em mim, latente. 

Guardo em silêncio, sem revelar, 
Um sonho que insiste em pulsar. 
Se um dia o mundo o descobrir, 
Será segredo ou irá florir? 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

Majestoso Rio Paraguai

Sereno e não feroz, desliza sem fim, 
Esculpindo a terra, moldando o jardim. 
Reflete o céu, espelha o luar, 
Segredo das águas a murmurar. 
 
Rei do Pantanal, desse magnífico chão, 
Leva histórias na sua canção. 
Grande, eterno, livre a fluir, 
O Rio Paraguai ensina: é sempre seguir. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense 
Imagem: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Pesadelos provocados

Pesadelos provocados 
Pelo medo da existência 
Obsrvamos atentamente 
Ameaças parecem brotar de todos os lados 
Enquanto atravessam o rio
No deserto uma serpente se esquiva 
Ataques mortais de águias 
Buscam vítimas nas pedras 
E nada acontece na escuridão 
Que não possa ser dissipado 
Com a luz do esclarecimento 
Que perpassa a mente mais apaixonada 
Pode deixar de me procurar 
Porque não posso atender os seus caprichos 
E só desejo a paz de uma noite tranquila 
No alto de uma montanha 
Que eleva o meu espírito 
Para o lugar mais alto do universo 
Nos olhos opacos de alguém solitário 
Não corre mais lágrimas 
Apenas o desejo incontido pela loucura 
De quem sabe que não pode mais nada 
Que não será esquecido 
Por causa de suas escolhas 
E assim a vida segue infinitamente 
Um dia após o outro. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Seu coração sabe

 Teu coração, bússola antiga, 
Sabe bem quem deve ficar, 
Quem chega e acende a vida, 
Quem vem só para pesar. 
 
Há passos que deixam marcas, 
Há outros que somem no chão, 
Uns trazem calor nos abraços, 
Outros, só fria ilusão. 
 
O tempo desenha verdades, 
Sussurra em meio ao sentir, 
Quem soma se torna saudade, 
Quem fere, aprende a partir. 
 
Escuta o que a alma te conta, 
Percebe quem fica sem nó, 
Quem brilha sem pedir trocas, 
Quem ama sem te deixar só. 
 
Nem todo riso é sincero, 
Nem todo abraço é abrigo, 
Mas o tempo ensina, severo, 
Quem é amor e quem é perigo. 
 
Há olhos que brilham ao lado, 
Há mãos que seguram sem soltar, 
E há passos que seguem firmados, 
Sem medo algum de fraquejar. 
 
O mundo distrai com promessas, 
Mas o coração tem farol, 
Sabe quem fica nas pressas, 
Quem ilumina sem roubar o sol. 
 
Então ouça essa voz tão discreta, 
Que sente o que a mente não vê, 
Pois quem vale a pena na vida 
É quem faz do amor seu porquê. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Veneno sagrado

Te vejo nua e o mundo se desfaz, 
Como névoa diante do sol. 
Teu olhar, um convite voraz, 
Um fogo que queima debaixo do lençol. 
 
Cada curva, um feitiço escrito, 
Seu corpo um sonho esculpido à mão. 
Teu desejo, um grito infinito, 
Chama que inflama o meu coração. 
 
Teus lábios, promessa e pecado, 
De um mel que incendeia a razão. 
Teu toque, veneno sagrado, 
Que me arrasta à doce perdição. 
 
Vem, não fujas da febre que cresce, 
Dança comigo entre o luar. 
Que o desejo, louco e inconteste, 
Nos faça amar e viver sem cessar. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Tudo se foi para sempre

Quando termina a noite 
Descubro que não dormi 
Apenas sonhei 
Fiquei recordando aqueles momentos 
Pensando em tudo que fiz 
E as decisões que tomei. 
 
Não sei o que faço agora 
Sem contar com o seu apoio 
Com o carinho de sempre 
Que eu nunca dei valor 
Porque achava que nunca teria fim 
E eu descubro tristemente 
Que me enganei. 
 
Tudo se foi para sempre 
E não consigo disfarçar 
A tirsteza que invade o meu coração 
E eu sei que mereço essa dor 
Depois da dor que causei em você 
Depois da ausência 
De tudo que não dei a você. 
 
O tempo tem sido cruel comigo 
Porque me faz lembrar de você 
E me lembrar que não posso mais 
Ter aquela que sempre me dedicou amor 
Que sempre me deu carinho 
E eu nunca dei valor. 
 
Tenho que me conformar com essa dor 
Com a solidão que estraçalha os meus dias 
E sufoca as minhas noites 
Não me deixando dormir 
Para que eu não esqueça o quão tolo fui 
Em deixar você partir 
Na manhã do tempo que não volta mais. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 2 de fevereiro de 2025

Ah se eu soubesse escrever

No meu coração há um sentimento 
Um amor tão profundo 
Que não consigo esconder 
Eu queria gritar ao mundo inteiro 
E revelar o quanto amo você 
O quanto desejo estar com você 
Mas não tenho palavras 
Não sei ao certo o que dizer. 

Ah se eu soubesse escrever 
Faria uma canção tão linda 
Que conquistaria o seu coração 
Ou escreveria singelos versos 
Uma poesia que representasse 
A beleza que tens no olhar 
Quem sabe até mesmo uma carta de amor 
Que você poderia guardar 
Para ler em momentos especiais. 

Como não sei escrever 
Sigo com esse amor em mim 
Sem saber ao certo como te falar 
Sigo meu caminho na esperança 
Que um dia possa me olhar 
E ver o amor que quero te dar. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 1 de fevereiro de 2025

O diário da juventude

Onde estão os que desejam fazer a diferença? 
Por onde eles estão caminhando? 
Aqueles perdidos em um longínquo campo 
Cansados de ouvirem a mesma ladainha de sempre 
De que não terão futuro 
Caso não deixem de desperdiçar suas vidas. 

Todos aqueles de palavras erradas 
Tem grandes vozes altivas e retumbantes 
Que ecoam pelas avenidas abarrotadas de pessoas 
Todas as escolas no caminho 
Estão com suas salas cheias de olhares 
Daqueles que um dia hão de controlar o mundo. 

Além do deserto escaldante da tristeza 
Algum garoto descobre uma verdade crucial 
Que muda para sempre a sua maneira de ver o mundo 
Descobre que para se viver no deserto 
Terá que se tornar o seu senhor absoluto 
E não se faz isso dormindo até tarde do dia. 

Alguns continuam tendo os olhos fechados para o mundo 
E se perdem pelos labirintos oníricos 
De onde dificilmente poderão retornar algum dia 
Outros trazem consigo um simbolismo imaginário 
Que atravessa o limbo existencial 
Daqueles chafurdados em mares de absinto francês. 

O jovem que descobre o seu caminho na juventude 
Sabe que os amaldiçoados não podem brilhar 
Porque não conseguem abrir um livro sequer 
Aqueles, no entanto, que tornam-se luz para outros 
São os que buscam alcançar um grau de conhecimento 
Além do que se pode imaginar para ele. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense