O barco deslizava lentamente
E descortinava a espessa neblina
Enquanto tentava organizar minha mente.
Tudo parecia-me muito confuso
Sem saber muito bem onde estava
Apenas seguia o caminho que parecia obtuso.
Um personagem silencioso remava
O barco pelas águas gélidas e obscuras
Do labirinto em que me encontrava.
Só lembrava-me de chegar à margem
E ser apanhado pelo navegante desconhecido
Que me apontou o barco para a viagem.
Horas e horas em meio as águas serenas
Ladeado por íngremes rochas
Saber onde estava indo desejava apenas.
Agora chegávamos em águas turvas
Corredeiras perigosas fazia-me segurar firme
Para não cair do barco nas curvas.
Ao longe a silhueta de um castelo avistava
E vi um mistério no olhar do condutor
Que atormentou tudo que até agora pensava.
Onde estava eu e porque ali me encontrava
Era o que se passava na minha mente
Enquanto o barqueiro agora tranquilo remava.
Ao sairmos das águas turbulentas que me assustou
Entramos em um enorme lago esverdeado
E o castelo de vidro o barqueiro apontou.
- Não temas e nem percas a alegria -
Disse-me ele rompendo o silêncio
- Você está sendo conduzido na sua travessia.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
Nenhum comentário:
Postar um comentário