quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

O que estamos esperando?

 
Tão idiota como um animal ensandecido 
Que rasga suas presas com as unhas 
E não deixa escapar nenhuma alma. 
Não basta contar o que um homem realizou 
É preciso dizer quem foi ele. 
Mas, lembre-se: 
Ninguém fracassa quando tem amigos. 
Tenho a sensação de que não estamos mais sozinhos 
Todos têm suas razões 
E acreditam que são importantes. 
Você é maravilhosa, de um modo nojento 
E precisa dizer algo 
Mas se você disser o que está pensando 
Eu a estrangulo! 
Deus lhe prometeu algo? 
A guerra está declarada 
Não se alarmem! 
O que estamos esperando? 
Está quente aqui junto ao forno 
E me lembro de quando era criança 
Quando via os trabalhadores saindo para a labuta 
E não os via voltando. 
É difícil matar alguém direito 
Principalmente quem não se dá com a gente. 
Isto é o universo 
É um mundo difícil para as coisas pequenas 
Eu sou grande, as imagens é que são pequenas 
Todos queremos esquecer algo 
Então contamos histórias 
E as crianças acreditam no que lhes dizemos 
De todos os bares de todas as cidades do mundo 
Ela entrou justo no meu 
E amanhã, os pássaros cantarão felizes! 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Um comentário:

  1. Um poeta que em seus escritos revela de maneira clara o mundo real e por vezes sanguinário como ele é.

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