quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Não há nenhuma solução

Os passos são indecisos 
Quase trôpegos 
Em direção a destino algum 
Um sorriso triste no rosto 
Por não conhecer a jornada a sua frente 
Quem poderia livrar a sua alma deste tormento 
Sem arrancar-lhe a carne 
O sangue a jorrar 
Com as investidas dos corvos insaciáveis 
 Que nada consegue espantá-los. 

Uma jornada rumo ao desconhecido 
No meio de uma floresta 
Depois de passar pelo deserto 
E não ouvir nenhum assovio 
Que pudesse espantar os fantasmas 
Esses mesmos que vivem a assustá-lo 
Nas tardes quentes de verão. 

Há uma saudade para cada um 
Uma lembrança surreal 
De tempos que se escondem na primavera 
E não há nenhuma solução 
Nunca houve nem mesmo esperança 
De alguém para aquecê-lo no inverno. 
A fantasia sempre chega ao fim 
Quando as nuvens passageiras 
São levadas pelo vento. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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