quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Lixo

Não se pode falar muita coisa 
Melhor calar a boca 
O lixo da lei do silêncio 
Que determina o fim das palavras. 
Você não pode escolher nada 
Está condenado a servidão voluntária 
Controlado pelo lixo do livre arbítrio 
Inexistente para a maioria dos mortais. 
Rios poluídos, mares contaminados 
A natureza destruída 
Pelo lixo tecnológico que fizemos 
No anseio de usufruir das mordomias 
Do positivismo e da ordem e progresso. 
O lixo do sistema global 
Da aceitação cultural 
Da loucura geral 
Tudo muito banal. 
Cerceados pelo policiamento do pensamento 
Controlados pela massa falida 
Da sociedade liquida 
Prisioneira do capitalismo selvagem 
Que não tem compaixão de ninguém. 
O desconforto psicológico 
A depressão contínua 
Ansiedade deprimente 
Que controla as mentes fracas 
Na bolha da solidão ideológica. 
Lixo de uma sociedade que visa o luxo 
Nos complexos urbanos 
O lixo industrial, hospitalar, moral 
Consequências da degradação do ser humano 
Condenado a sua própria miséria. 
No final não resta muito a comemorar 
Tudo terá o seu fim 
O luxo dos corruptos em seus paraísos fiscais 
O lixo dos pobres marginais 
Na tumba fria de um silencioso cemitério. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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