A caminhada é solitária
Não se ouve nem uma voz de incentivo pelo caminho
Apenas olhares furtivos e assustadores
Que penetram a alma dos exilados
Cancelados pela sociedade
Execrados por serem diferentes.
Monstros de uma era que se diz civilizada
Apedrejados
Caluniados como aberrações
Como se todos os outros fossem perfeitos
No vale dos esquecidos eles andam
Não querem ser vistos
Não podem ser vistos
Apenas precisam viver
E não podem viver
Sem serem julgados pelos bons
Pelos conservadores
De uma moral tão hipócrita
Como os seus defensores.
São esses que vivem a margem da sociedade
No vale dos esquecidos estão
E não podem mais sonhar.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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