sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

O fim não pode ser agora

Era como se caminhasse sozinho 
Na estrada agora um pouco solitária 
Não ouvia mais a voz que contava histórias 
Nem as gargalhadas espalhafatosas 
Que alegrava e ao mesmo tempo irritava. 

No silêncio de sua caminhada 
Podia ouvir os pássaros, os grilos 
E o próprio som de seus pensamentos 
Indo tão longe que demoravam para voltar 
Da sua inconstante viagem. 

O fim não pode ser agora 
Não quando os sonhos ainda são reais 
Se tudo tem que ter um fim um dia 
Por que haveria um começo então 
Para que lágrimas pudessem existir? 

As pedras no caminho eram para lembrar-lhe 
Do coração de pedra que trazia em seu peito 
Insensível como sempre fora 
Não permitindo que nada penetrasse o seu coração 
Agora poderia andar sozinho para sempre. 

Uma saudade tão inexplicável 
Poderia dizer-lhe muitas coisas 
Se tivesse ouvido para ouvir 
A mensagem encantadora do amor 
Sempre exposta na linda melodia de uma canção. 

Tudo se desfez em um momento 
E cada um deveria seguir o seu destino 
Mas nunca havia pensado que seria tão triste assim 
Não ter a companhia singela da flor 
Que um dia enfeitou o seu solitário jardim. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Nenhum comentário:

Postar um comentário