Era como se caminhasse sozinho
Na estrada agora um pouco solitária
Não ouvia mais a voz que contava histórias
Nem as gargalhadas espalhafatosas
Que alegrava e ao mesmo tempo irritava.
No silêncio de sua caminhada
Podia ouvir os pássaros, os grilos
E o próprio som de seus pensamentos
Indo tão longe que demoravam para voltar
Da sua inconstante viagem.
O fim não pode ser agora
Não quando os sonhos ainda são reais
Se tudo tem que ter um fim um dia
Por que haveria um começo então
Para que lágrimas pudessem existir?
As pedras no caminho eram para lembrar-lhe
Do coração de pedra que trazia em seu peito
Insensível como sempre fora
Não permitindo que nada penetrasse o seu coração
Agora poderia andar sozinho para sempre.
Uma saudade tão inexplicável
Poderia dizer-lhe muitas coisas
Se tivesse ouvido para ouvir
A mensagem encantadora do amor
Sempre exposta na linda melodia de uma canção.
Tudo se desfez em um momento
E cada um deveria seguir o seu destino
Mas nunca havia pensado que seria tão triste assim
Não ter a companhia singela da flor
Que um dia enfeitou o seu solitário jardim.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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