terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Sabotagem

E esse silêncio que não incomoda 
Uma paz interior 
Que não faz sorrir 
Uma esperança em dias melhores 
Onde o presente é uma dádiva 
No caminhar da existência. 

Um corpo é erguido no pedestal 
E o sangue escorre no machado do carrasco 
Enquanto a turba eufórica festeja 
A execução de mais um prisioneiro 
Como se não fossem, também, 
Isentos de uma falsa liberdade. 

Sabotagem do destino 
Que não respeita os limites da vida 
E não escondem a fúria 
 De gigantes desprovidos de força 
Quando caem de suas alturas. 

Nada parece fazer sentido 
Quando não se sabe o caminho a seguir 
Como cegos sendo guiados por cegos 
Na direção do grande abismo 
De onde só se pode ouvir o barulho 
Dos que caem sem esperança de voltar. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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