E esse silêncio que não incomoda
Uma paz interior
Que não faz sorrir
Uma esperança em dias melhores
Onde o presente é uma dádiva
No caminhar da existência.
Um corpo é erguido no pedestal
E o sangue escorre no machado do carrasco
Enquanto a turba eufórica festeja
A execução de mais um prisioneiro
Como se não fossem, também,
Isentos de uma falsa liberdade.
Sabotagem do destino
Que não respeita os limites da vida
E não escondem a fúria
De gigantes desprovidos de força
Quando caem de suas alturas.
Nada parece fazer sentido
Quando não se sabe o caminho a seguir
Como cegos sendo guiados por cegos
Na direção do grande abismo
De onde só se pode ouvir o barulho
Dos que caem sem esperança de voltar.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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