quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Tempos sombrios

A solidão de quem anda pelas ruas cheias de pessoas 
Olhares que tentam esconder-se das ilusões 
Um mundo em ruínas 
Onde se perguntam se há ainda alguma esperança 
Haverá um futuro 
Onde meus filhos poderão caminhar 
E sonhar? 
Burburinhos pelos becos sujos 
Pessoas cobertas com papelões 
Em meio uma solitária cidade globalizada 
Cheia de pessoas que se esfregam nas calçadas 
Sem ao menos saberem quem são os outros. 
Tempos sombrios o que vivemos 
Onde o melhor que podemos ter 
São as lembranças de um passado não tão distante 
Que havia pássaros nas árvores 
Bem perto das janelas. 
Nada disso existe mais 
Nas selvas de pedras cobertas de concretos 
E repletas de vidas solitárias 
Que perambulam pelas vielas e bares nas madrugadas. 
Onde está a alegria dos jovens 
A serenidade dos velhos 
E os versos dos poetas? 
Tudo se desfaz como as nuvens 
E os pensamentos são tormentos 
Que se fundem com a noite silenciosa 
No mais escuro dos quartos lúgubres dessa cidade. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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