sexta-feira, 18 de março de 2022

O caos primordial

Quando nos cansaremos de apontar as mazelas 
O caos disseminado por todos os lados? 
Até quando será preciso gritar com todas as forças 
Contra os desmazelos de uma sociedade corrupta? 

Preciso falar abertamente 
Sobre a existência humana 
Sua deficiências e incógnitas 
E ver se acontece alguma coisa 
Se alguém ousa tirar a bunda da cadeira e fazer alguma coisa 
Que não seja tirar de quem não tem. 

É preciso falar sobre as relações de poder 
Sobre as identidades 
E buscar em nossa ancestralidade 
Um objetivo para a existência humana. 

Será que os corvos são pretos porque as folhas são verdes? 
Será que se a primavera não existisse haveria o verão? 
Quem se importa com perguntas assim 
Se o caos primordial tirou o ser humano da zona de conforto 
A "hashtag" da contemporaneidade é desumana. 

O mundo se transforma 
Não informa 
Mas deforma 
Toda e qualquer sensibilidade 
E seguimos no caminho já delineado para nós.

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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