quinta-feira, 12 de maio de 2022

Cantem as canções que não escrevi

Quando quiserem arrancar meu coração 
Fique a vontade 
Nada importa mesmo depois do adeus 
Nem mesmo os pensamentos são precisos 
Então, arranque-o e jogue fora 
Bem longe do chão onde pisei os meus pés. 
 
Cantem as canções que não escrevi 
As melodias que nem mesmo imaginei pudesse existir 
Não quero sentir o silêncio que sinto agora 
Apenas os sorrisos vão me alegrar 
Caso alguém ainda consiga sorrir 
Quando arrancarem meu coração. 
 
Coração, por que tremes de medo? 
Você mesmo é que pediu por tudo isso 
Quando deixou-se ser ludibriado de forma tão singela 
Pensou que dominaria qualquer desejo 
E não sabia que não controlas as emoções. 
 
Fechem os olhos e apenas imaginem 
A viagem mais distante que puderes 
Além do horizonte existe uma viva lembrança 
De tempos imemoriais que não foram apagados 
Saudades que nem é preciso tentar esquecer 
Porque está impregnado na pobre alma mortal. 
 
Às nuvens indicam um bom sinal 
Pode ser que esteja agora na entrada do Paraíso 
E vou descansar dos dias maus 
Que atormentavam minha alma poética 
Com pensamentos intermináveis 
Sem mesmo dar-me alguma explicação. 
 
Não adianta ter medo, meu pobre coração, 
Você já foi desterrado para sempre 
Arrancado de sua morada silenciosa 
Onde acreditava estar seguro para sempre 
Quando na verdade, 
Era apenas mais um inquilino indesejável. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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