domingo, 23 de outubro de 2022

A violência de se estar perdido

Perdidos estão 
Todos aqueles de palavras e vozes erradas 
Aqueles que ostentam uma pompa ilegítima 
Que travam longas conversas 
Monólogos indecifráveis em suas cabeças 
Torna-se complicado recordar o passado 
Porque foi degradado pela evolução. 

 A violência de se estar perdido 
Tem início na juventude 
Quando os heróis da infância se vão 
Quando se revelam monstros cruéis 
Que usam máscaras e escondem seus crimes 
Torna-se complicado a atualização 
Que revela fatos anacronizados pela corrupção 
E os olhos são abertos violentamente. 

 Existem alguns excluídos 
Que permanecem em seus casulos impenetráveis 
Talvez aguardam uma nova realidade 
No mundo em que poderiam pertencer 
Mas foram abandonados pelo mundo 
E parecem mais mortos vivos andando a esmo 
Vagando em busca de um novo abrigo 
Depois de serem enxotados pela sociedade. 

 Todos aqueles não estudados 
Aqueles perdidos nos longínquos campos 
Tratados sempre de forma tão injustas 
Porque vivem em um mundo de impunidades 
Que sempre impõe o seu nepotismo algoz 
Sobre a população mais sofrida da sociedade 
Ninguém dá ouvidos a verdade 
Porque estão acostumados a um mundo de mentiras 
E quase não podemos dizer mais nada. 

 Quero ir embora daqui 
Não posso me acostumar com tamanha ignorância 
O peso do mundo é cruel para mim 
E não posso mais falar de vida 
Porque vivemos em um mundo de violência 
Onde não se vive mais o amor 
Mas propaga-se muito o ódio 
O que vai contra todos os meus princípios 
E crucifica a minha cabeça inquieta. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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