sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Onde o cão e o lobo uivam para a lua

Não há silêncio que possa ofuscar 
Ou esconder a dor da alma 
Na manhã gélida do desconhecido 
Onde habita a ignorância.
Há um choro velado 
De alma solitária 
Que lamenta as escondidas 
De olhares furtivos no amanhecer. 
 
Não há refúgio 
Onde o cão e o lobo uivam para a lua 
E nem esperança para os olhos castanhos 
No vale da sombra da morte. 
A caminhada é longa e difícil 
Que parece até não ter fim 
Mas, é preciso caminhar em passos largos 
Para não ser consumido pela areia movediça. 
 
Armadilhas estão às espreitas 
E nunca sabemos ao certo onde elas estão. 
Mas, é preciso dar o próximo passo 
E acreditar que há uma campina 
Depois daquela montanha. 
 
Deixo minha alma voar 
Como pássaros na alvorada 
Que foram assustados pelo predador 
E caminho na minha jornada eterna. 
Sou a esperança em um mundo caótico 
E não posso sucumbir às ameaças 
Que tentam amedrontar-me 
Para não chegar ao meu destino. 
 
Mas eu sei que não estou sozinho 
E, se não estou sozinho, 
Tenho alguém para me ouvir. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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