segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Eu falo de um lugar qualquer

Quando acordei pela manhã 
Percebi que o tempo que passou 
Não volta nunca mais 
Tempo perdido que se foi 
E a vida continua a existir 
Me mostrando que não para por ninguém. 

Eu procuro tateando pelo ar 
O que não vejo na escuridão 
Busco respostas para perguntas intrigantes 
Que perpassam minha inquieta mente 
Sem saber que cada resposta 
Apresenta-me outras mil perguntas. 

Deixo o tempo passar então 
E espero ver o que se apresentará 
Na próxima curva do caminho 
O bom da vida são os mistérios 
Os enigmas que intrigam nossa mente 
E, se não fosse assim, nada teria sentido. 

Eu falo de um lugar qualquer 
De onde os elefantes voadores não estão 
Nem borboletas podem voar 
Apenas o pensamento contará as nuvens 
Além das altas montanhas voará 
Na busca de novos horizontes escondidos. 

Sou fruto de meu próprio tempo 
E não posso romper as grossas correntes 
Os fortes grilhões do sistema 
Que prendem a grande maioria dos mortais 
Fazendo deles marionetes nas sarjetas 
E espantalhos de lavouras ameaçadas. 

Quero me guiar apenas pelo silêncio 
Esconder-me em um canto qualquer 
Porque as coisas dificilmente mudarão 
Se ninguém está disposto a dar ouvidos 
Aos clamores de gente miúda 
Na sociedade que tanto cobra moralidade. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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