domingo, 5 de fevereiro de 2023

Mordaças invisíveis

O que é a vida senão tem sentido de viver? 
O que fazer com os pensamentos negativos? 
Muitos que parecem viver estão mortos 
Outros mortos deveriam estar vivos 
E na eterna busca pela vida 
A morte está a espreita se alimentando do nosso medo 
Bufando em nosso cangote 
Sussurrando que nossa hora irá chegar 
E tudo não passa de ilusão. 

Não adianta lutar contra o destino 
Se não conseguimos falar o que pensamos 
Porque estamos amordaçados 
Mordaças invisíveis nos impedem de falar o que queremos 
E seguimos a vida com muitas dificuldades 
Ouvimos o que não queremos 
Vemos o que não precisamos ver 
E sentimos o que não gostaríamos de sentir 
E quase nada parece fazer sentido algum. 

A vida é um labirinto 
E não sabemos o caminho a nossa frente 
Nem as surpresas que nos esperam na próxima curva 
E caminhamos a ermo no desespero 
Na esperança de encontrar alguma coisa que faça sentido 
Para nos libertarmos das mordaças invisíveis 
 Dos grilhões que nos prendem as ideologias 
Aos discursos infundados de uma sociedade transviada 
De onde tentamos fugir desesperadamente. 

Não há muito o que possamos fazer 
A não ser continuar caminhando no escuro 
Quem sabe exista uma luz no fundo do túnel 
Ou algum braço estendido nos esperando após a queda 
Porque é impossível que não caíamos no abismo 
Da desilusão ou no precipício da incerteza 
Já que não podemos falar o que pensamos 
Por causa das mordaças invisíveis que nos impedem 
E a vida segue o seu curso sem discurso 
Porque a próxima esquina nos espera bem ali. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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