terça-feira, 28 de março de 2023

As dores do mundo em mim

Eu não sei quanto a você 
Mas eu já me senti perdido 
Sem saber exatamente o que estou a fazer aqui 
Já tive vontade sumir do mundo 
Esconder-me em algum lugar 
Onde ninguém pudesse me encontrar 
E lá viver o resto de meus dias 
Longe das preocupações 
Que perturbam minha mente o tempo todo. 

Eu já pensei que as pessoas que vivem perto de mim 
São mais felizes do que eu 
 Simplesmente porque não pensam tanto sobre a vida 
Como eu faço o tempo todo 
 E isso me corrói por dentro 
Eu queria apenas caminhar 
Sem ter esses pensamentos ruins 
Quando na verdade eu nem mesmo sei se são ruins assim 
Afinal, a humanidade tem os seus percalços 
E suas angústias 
E ninguém há que saiba 
Exatamente o que o outro está passando 
Porque cada um de nós 
Temos a nossa cota de sofrimento neste planeta. 

Mas, eu gosto de pensar e ficar horas e horas neste tormento 
 Que me leva a diferentes lugares 
Olho os rostos das pessoas 
E tento imaginar o que se passa em cada coração 
O que as perturbam 
O que as incomodam 
E isso é um exercício fútil 
Porque não temos condições de saber nada disso. 

Então volto ao princípio de tudo e percebo 
Que não posso mudar a minha essência 
E pensar faz parte da minha vida 
Se sofro por causa disso é uma escolha que fiz 
E prefiro mil vezes sofrer assim do que ser feliz na ignorância 
Por isso caminho olhando firme o horizonte 
E deixarei palavras que serão lidas por alguém que também 
Carrega em si as dores do mundo. 

Essa é a minha reflexão de hoje 
A angústia que compartilho com quem vive 
No mesmo mundo em que estou caminhando 
Vendo as coisas de uma forma diferente 
Do que os meus olhos contemplam 
E está tudo bem ser assim 
Porque a vida é cheia de detalhes 
Das quais nunca ou quase nunca percebemos. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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